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12/Abr/2023

FMI revisa sua projeção para o PIB global em 2023

Segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO) publicado nesta terça-feira (11/04) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), houve piora nas projeções para o desempenho da economia global em 2023 e oi feito um alertou para o risco de recessão na Alemanha e no Reino Unido, fora os efeitos da recente turbulência bancária. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve desacelerar para 2,8% neste ano, contra projeção anterior que indicava avanço de 2,9%. A economia global está novamente em um momento altamente incerto, com riscos acumulados da pandemia, a guerra na Ucrânia e o recente caos bancário, que levantou preocupações de estabilidade financeira. Os riscos para as perspectivas são diretamente negativos. No ano passado, a taxa de expansão global caiu quase pela metade, de 6,1% para 3,4%. Para 2024, houve corte na projeção de 0,1%, para 3,0%.

Há um risco significativo de que a recente turbulência do sistema bancário resulte em um aperto mais acentuado e persistente das condições financeiras globais do que o previsto na linha de base e em cenários alternativos plausíveis, o que poderia deteriorar ainda mais a confiança dos negócios e dos consumidores e, por sua vez, impactar a economia global. O PIB mundial deve manter baixo crescimento, de cerca de 3% nos próximos cinco anos, sua expectativa mais baixa em cerca de três décadas. Esse é o prognóstico mais preocupante, pois não dá grandes esperanças de atender às aspirações das pessoas, especialmente das pessoas pobres. Quanto ao custo de vida, a inflação global deve cair de 8,7% em 2022 para 7,0% neste ano. A maioria das economias deve presenciar algum nível de desinflação em 2023. Na revisão de suas projeções, o FMI passou a prever que a Alemanha entre em recessão neste ano, ao cortar a expectativa para o PIB doméstico em 0,2%, para uma queda de 0,1% frente a 2022. A projeção para o Reino Unido foi melhorada em 0,3%, mas ainda assim a economia do país deve encolher em 0,3% em 2023.

A média de crescimento estimada das economias avançadas é de 1,3% neste exercício, melhora de 0,1% frente à anterior. Para 2024, foi mantida a expectativa de avanço de 1,4%. Estima-se que cerca de 90% das economias avançadas tenham um declínio no crescimento em 2023. A forte desaceleração deve resultar em um maior desemprego nas economias avançadas: um aumento de 0,5%, em média, de 2022 a 2024. Na contramão da maioria dos países, a projeção para o crescimento dos Estados Unidos apresenta melhora. A maior economia do mundo deve crescer 1,6% neste ano, contra estimativa anterior de alta de 1,4%. Para 2024, há chances de avanço de 1,1%, 0,1% a mais do que a estimativa anterior. Algum ímpeto de crescimento virá dos países emergentes e em desenvolvimento. A expansão do PIB desse grupo será de 3,9% neste ano, 0,1% abaixo da estimativa divulgada em janeiro. Para o próximo ano, a expectativa ficou intacta, em 4,2% de alta. Apesar da reabertura da China, não há alteração no prognóstico para o país asiático. O PIB da China deverá avançar 5,2% neste ano e 4,5% no próximo.

O grande destaque em termos de crescimento deve ser a Índia, apesar de cortes nas projeções para o país. A Índia deve crescer 5,9% em 2023 contra 6,1% anteriormente. Para 2024, a estimativa passou para uma alta de 6,3%, ante 6,8%. O FMI traça um "cenário alternativo" às suas projeções econômicas que considera efeitos danosos da recente turbulência bancária no desempenho da economia mundial neste ano. A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global desaceleraria para 2,5% em vez de uma alta de 2,8%, cenário base. Seria o resultado mais baixo desde a desaceleração global de 2001, excluindo a crise inicial da Covid-19 em 2020 e a crise financeira global em 2009. Claramente, os riscos negativos aumentaram. Neste cenário alternativo, os efeitos negativos tendem a ser maiores nas economias avançadas do que naquelas de mercados emergentes, com o crescimento caindo abaixo de 1% em comparação com 1,3% no cenário base Os Estados Unidos, a zona do euro e o Japão teriam as maiores quedas no crescimento em comparação com a linha de base: cerca de 0,4% menor em 2023.

Países com maior exposição comercial aos Estados Unidos, como México e Canadá, sofreriam um impacto mais acentuado. Aqueles com exposições menores como, por exemplo, a China, seriam menos afetados. O cenário alternativo plausível assume um aperto adicional moderado nas condições de crédito e maiores spreads para empresas e famílias. As condições de financiamento para todos os bancos são mais apertadas, devido a uma maior preocupação com a solvência dos bancos e potenciais exposições em todo o sistema financeiro. No cenário alternativo, a expectativa é de que o estoque de empréstimos bancários reais nos Estados Unidos caia 2%, enquanto os spreads bancários corporativos, diferença de quanto um banco para captar e o quanto cobra para emprestar subiria em 150 pontos base, em média, em 2023. Uma queda semelhante no crédito e no aumento dos spreads ocorreriam na zona do euro e no Japão, com o aperto gradualmente se dissipando após 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.