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06/Abr/2023

Dólar cai com visão positiva sobre arcabouço fiscal

O dólar retomou nesta quarta-feira (05/04) a trajetória mais recente de baixa ante o Real no Brasil, na esteira da percepção positiva em relação ao novo arcabouço fiscal do governo e da divulgação de dados fracos sobre a atividade econômica nos Estados Unidos, que reforçam a avaliação de que os juros norte-americanos podem não continuar subindo. Neste contexto, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos segue favorável à entrada de dólares no País, o que pesa sobre as cotações do dólar. O dólar fechou a R$ 5,05, em baixa de 0,65%. O dólar recuou ante o Real durante toda a sessão. A participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do Bradesco BBI foi bem recebida nas mesas.

Embora os comentários tenham reforçado falas anteriores, a percepção foi de que a relação do Banco Central com o governo está melhor do que há algumas semanas. Campos Neto falou para uma plateia do mercado financeiro que é preciso reconhecer o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reduzir os riscos fiscais do país com a apresentação do novo arcabouço fiscal. Segundo Campos Neto, o que foi anunciado até agora elimina o risco de cauda para aqueles que achavam que a dívida poderia ter uma trajetória mais explosiva. Mais do que às notícias domésticas, o câmbio reagiu à divulgação de dados fracos da economia norte-americana.

O relatório de Emprego Nacional da ADP mostrou que foram abertos 145.000 postos de trabalho no setor privado no mês passado. Economistas previam abertura de 200.000 vagas. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu PMI não manufatureiro caiu para 51,2 no mês passado, de 55,1 em fevereiro. Economistas previam que o PMI não manufatureiro cairia para 54,5. Os números reforçaram a percepção de fraqueza da economia norte-americana, o que em tese diminui o espaço para que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continue a elevar sua taxa de juros. Logo após a divulgação dos dados do ISM, o dólar registrou a cotação mínima do dia, de R$ 5,01 (-1,31%).

Na sequência, desacelerou as perdas, com investidores realizando lucros e outros agentes, como importadores, aproveitando as cotações mais baixas para comprar moeda. Segundo a FB Capital, os dados externos sugerem desaceleração da atividade, da inflação, com dois impactos que reverberam: o risco latente de haver uma recessão da economia norte-americana, o que penaliza ativos como o dólar, e o que será feito na próxima reunião do Fed. Existe muita gente avaliando a possibilidade de haver a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos. Nos últimos dias, não há motivos para que o dólar suba ante o Real.

Os ruídos políticos no Brasil diminuíram e a agenda está relativamente esvaziada. No exterior, o dólar tinha movimentos mistos em relação a outras moedas de países emergentes. O dólar caía ante a lira turca e o peso colombiano, mas subia ante o peso mexicano e o peso chileno. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,40%, a 101,930. Nesta quarta-feira (05/04), o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.