ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Abr/2023

Acordo Mercosul-UE adiado por entraves ambientais

Segundo o jornal britânico Financial Times, o acordo comercial da União Europeia com as quatro maiores economias da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) foi adiado após tentativas do bloco europeu de acrescentar regras ambientais às negociações. No mês passado, a União Europeia afirmou que os países envolvidos no acordo deveriam se comprometer com medidas obrigatórias de redução do desmatamento antes que as negociações pudessem ser concluídas. Contudo, um diplomata brasileiro do alto escalão relatou que o Brasil não estava satisfeito com as exigências, feitas por meio de carta paralela que buscava acalmar os ânimos de alguns Estados-membros da cúpula. De acordo com o jornal, o diplomata teria dito que a estratégia não vai funcionar, e que este é "o mesmo velho truque e retórica para ganhar vantagem".

O acordo UE-Mercosul, que levou 20 anos para ser negociado, foi finalizado em 2019. No entanto, seu cumprimento foi prejudicado por atrasos após países da União Europeia, liderados pela França, insistirem para que o Brasil se comprometesse com a proteção da Amazônia antes da ratificação. O comissário de Comércio do bloco europeu, Valdis Dombrovskis, mostrou-se otimista no mês passado em relação ao acordo, mencionando uma "janela de oportunidade" após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu estimular a preservação da Amazônia durante campanha eleitoral. No meio ambiente, ao longo da gestão anterior e desde o primeiro dia de seu governo, Lula demonstrou um claro compromisso de enfrentar os problemas que herdou do governo passado.

A União Europeia não está mais conversando com o governo Bolsonaro. É necessário que eles reconheçam isso e diminuam o tom. O pedido veio na forma de uma carta de acompanhamento da Comissão Europeia, braço executivo do bloco, enviada aos integrantes do Mercosul no início de março. Nela, consta a requisição de que ambos os lados se comprometam com as medidas contidas no Acordo Climático de Paris, que exige que os signatários reduzam o desmatamento pela metade até 2025, bem como revertam a perda florestal e o mau uso da terra até 2030. A carta também inclui a obrigação de responder a quaisquer decisões futuras tomadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em relação ao Acordo de Paris e de fornecer recursos adequados aos reguladores ambientais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.