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03/Abr/2023

Acordo Brasil-China sem dólar pode não prosperar

No dia 29 de março, a comitiva brasileira na China assinou um novo acordo com o país asiático para estabelecer uma instituição bancária que permitirá transações bilaterais sem a necessidade de utilizar o dólar. Essa iniciativa tem como objetivo fortalecer as relações sino-brasileiras e diminuir a influência da moeda norte-americana. O anúncio foi feito durante o Simpósio de Negócios China-Brasil, que aconteceu em Pequim e reuniu mais de 500 empresários de ambos os países, além de autoridades nacionais. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), é importante ter essa opção de negociar “por fora” do dólar.

No entanto, a medida pode não ser utilizada pelos exportadores. É difícil deixar o dólar de lado. Por exemplo, o agente está exportando soja, açúcar, carne, minério de ferro, entre outros. Todos esses produtos serão precificados em dólar. Sendo assim, ninguém vai olhar para o Real ou yuan, já que os agentes estão habituados a olhar a cotação destes produtos com base na moeda norte-americana. A opção faria mais sentido se houvesse um problema de balanço de pagamentos, uma falta de dólar na China e no Brasil. Outra desvantagem são as características das moedas que seriam utilizadas nessas transações.

O dólar continuará sendo a unidade de referência não apenas hoje, mas por um bom tempo. O problema, no caso do Real, é que a moeda conta com muita flutuação, e isso pode resultar em um cenário de volatilidade. O yuan, por outro lado, não flutua, mas é altamente controlado pelo governo e qualquer decisão das autoridades da China pode alterar o valor da moeda. O dólar não funciona assim, já que ele é referência no mercado internacional. Mesmo sendo uma opção, esse acordo não interfere muito e os agentes vão querer realizar suas transações com outra unidade monetária. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.