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31/Mar/2023

Livros didáticos e a visão distorcida do agronegócio

Relatório chamado “O retrato do agronegócio na escola”, produzido a partir da parceria da Associação De Olho no Material Escolar com a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), identificou que 60% das citações referentes ao agronegócio nos livros didáticos são negativas. O estudo também mostrou que entre as palavras que mais aparecem fora de contexto ou com teor distorcido estão: desmatamento, conflito fundiário e uso de agroquímicos. Fundada em junho de 2021, a De Olho no Material Escolar reúne a sociedade civil organizada com a motivação de contribuir para uma educação positiva neste tema, além de propor atualização dos conteúdos com base em conteúdo científico e que possam gerar perspectivas positivas com relação ao tema nos estudantes.

A associação foi criada para garantir que as informações deste setor sejam retratadas nos livros com base na sua relevância e de maneira fiel. Algumas editoras justificaram que enfrentam dificuldade para encontrar conteúdos nesta área e que, quando encontram, são muito complexos ou usam linguagem muito técnica. O estudo também serve para evidenciar oportunidades para o setor ser citado de forma mais assertiva na rede de ensino do País. Neste sentido, a De Olho No Material Escolar mantém consultorias para editoras com fontes fidedignas para ajudar na produção de material e isso vale para a rede pública e privada. A intenção é que os conteúdos distorcidos possam ser retirados dos livros, além de dar mais espaço para a atuação de profissionais e importância dos produtores rurais e do agronegócio como um todo na economia nacional nos conteúdos didáticos.

O relatório gerou três conclusões que são as bases para buscas dos objetivos listados. A primeira conclusão é que existe precariedade no embasamento científico para a produção dos conteúdos didáticos, a segunda é que falta valorização do papel do produtor rural e da agroindústria na economia do País e terceira é que falta entendimento sobre a conexão do campo com a cidade e isso acaba gerando riscos à sucessão pela falta de atratividade do setor rural, sobretudo, entre os jovens. Estes são os pilares para as mudanças de conteúdo e da forma de tratar o agronegócio.

- Precariedade de embasamento científico: imperfeições pedagógicas, bem como vieses de natureza política ou ideológica. Estes não deveriam estar presentes nos textos didáticos, uma vez que os materiais teriam como propósito incentivar o espírito científico dos leitores, formar opiniões independentes, atitudes e valores compatíveis com os saberes das ciências.

- Falta de valorização do papel do produtor rural e da agroindústria na economia do País: no resultado geral, identificou-se diminuição do espaço do produtor rural e do agro na agenda econômica e de desenvolvimento do Brasil.

- Falta de entendimento sobre a conexão do campo com a cidade: riscos à sucessão pela falta de atratividade do setor rural, sobretudo, entre os jovens.

Existe a possibilidade de se evidenciar mais no material didático a conexão campo-cidade, preparando o jovem para visão mais sistêmica da cadeia da agroindústria. Isso deve ser considerado até numa dimensão de sucessão no setor, visto o exemplo de outros países, que passam por dificuldades na formação de produtores rurais. Fonte: De Olho No Material Escolar. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.