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29/Mar/2023

Empresários desistem de viagem à China sem Lula

Nomes de peso da delegação empresarial que viajou a Pequim para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiram de participar da missão brasileira com o cancelamento da visita de Estado. Enquanto alguns deixaram a comitiva antes do previsto, outros nem chegaram a voar para a China porque receberam a notícia antes de embarcar. Entre eles, estão os presidentes da companhia de papel e celulose Suzano, Walter Schalka, e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a associação que representa as montadoras instaladas no Brasil, Márcio de Lima Leite, além do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, herdeiro do grupo Caoa, que tem sociedade com a montadora chinesa Chery na fabricação de automóveis em Goiás.

A permanência de Lula no Palácio da Alvorada, onde se recupera de um quadro de pneumonia e influenza A, não só adiou a assinatura de pelo menos 20 acordos de cooperação que estão sendo costurados com os chineses, o que seria o ponto alto da viagem, como provocou uma mudança radical na programação dos eventos que estão acontecendo em Pequim. A troca de nomes de primeira patente do Executivo reduziu a importância da agenda, causando frustração nos empresários. Na segunda-feira (27/03), em um fórum em que seria proferido o primeiro discurso de Lula em sua terceira missão presidencial na China, o único ministro presente foi o da Agricultura, Carlos Fávaro. Também estavam previstas, originalmente, as participações dos governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Elmano de Freitas (Ceará), além das ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Luciana Santos (Ciência), bem como seus homólogos do lado chinês.

Nesta terça-feira (28/03), seria o dia da reunião de Lula com o presidente chinês, Xi Jinping. Também aconteceriam os encontros com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. Para os compromissos na China, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou em seu lugar a secretária de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito, que deve viajar a Xangai para uma visita ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics, onde a ex-presidente Dilma Rousseff assume a direção nesta semana, porém sem cerimônia de posse. Diante da ausência dos nomes de governo mais aguardados, executivos de companhias brasileiras também mudaram seus planos. Apesar do patrocínio da Suzano a um seminário organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o presidente da produtora de papel e celulose escalou o principal executivo da companhia na China, para um debate em que participaria sobre a transição a uma economia de baixo carbono.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, sequer saiu do Brasil, pois desistiu da viagem depois de Lula adiar a visita oficial. Também aguardado na comitiva, Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, da Caoa, preferiu atender a compromissos no Brasil. Investimentos chineses na produção de carros elétricos e semicondutores, cuja escassez paralisou fábricas de automóveis em todo o mundo nos últimos dois anos, estão entre os temas nos quais o governo brasileiro pretendia avançar na China. Por outro lado, os cerca de 100 empresários e produtores do agronegócio que chegaram há uma semana em Pequim mantêm uma agenda intensa de encontros com importadores, bem como visitas técnicas a sedes de companhias como o Alibaba, de comércio eletrônico. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS, também continuam em Pequim. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.