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28/Mar/2023

Crise bancária: tamanho do UBS preocupa mercado

A Suíça, um dos países mais dependentes do sistema financeiro, terá agora apenas um banco global após a compra às pressas do Credit Suisse, a segunda maior instituição financeira doméstica, pelo arquirrival UBS. Se já era o principal banco suíço, após a ação de resgate ficará ainda maior, com cerca de US$ 1,75 trilhão em ativos, do tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, e uma instituição com risco sistêmico ainda mais alto. Considerando o dinheiro que administra dos ultrarricos ao redor do globo, a cifra sobe para US$ 5 trilhões. Se nos Estados Unidos a atual turbulência bancária reacendeu os medos de 2008, do outro lado do Atlântico a história mudou. Na crise anterior, foi o UBS que precisou ser socorrido com dinheiro do governo suíço, enquanto o Credit Suisse enfrentou relativamente bem o tsunami dos mercados. De lá para cá, o banco reduziu seu tamanho à metade.

Em 2008, seus ativos somavam US$ 1,3 trilhão. Seu rival também era maior, com US$ 2,2 trilhões. A última crise foi a gota d’água e fez as autoridades suíças agirem para evitar que as incertezas se espalhassem pelo sistema, que por anos foi visto como o mais seguro do mundo. A questão da concorrência, sempre levada em consideração em transações de fusões e aquisições, em especial quando envolve bancos, foi deixada em segundo plano. No lugar, os reguladores suíços ofereceram uma linha de liquidez de mais de US$ 100 bilhões, outros US$ 9 bilhões para determinadas situações e mais tempo para o UBS ajustar o capital. Rápida e complexa, a venda ao UBS foi fechada às pressas, em um negócio ainda cercado de muitas dúvidas.

Nas principais cidades suíças, há agências dos dois bancos em quase todos os quarteirões, o que indica muita sobreposição de negócios e demissões em massa. Em Nova York e em Londres, o Credit Suissee tem milhares de funcionários em seu banco de investimento, negócio que será reduzido nas mãos do UBS. Na Suíça, o setor bancário emprega 5% da força de trabalho, e o total de ativos do sistema somava US$ 3,83 trilhões ao fim de 2022, nada menos do que 448% do PIB do país. Só a combinação do UBS e do Credit responde por mais de 200% do PIB suíço, um alerta para a forte concentração que marcará agora o sistema bancário local. Segundo a JPMorgan, há muito risco de concentração e de controle de participação do mercado.

A agência de classificação de risco Moody’s também alertou para o maior risco bancário na Suíça. O tamanho do banco resultante significa que o sistema enfrenta riscos de concentração ainda maiores, o que levou a agência a aumentar a avaliação do risco do setor bancário do país. Só os depósitos dos dois bancos respondem por quase metade (45%) do PIB suíço, um número elevado mesmo para países desenvolvidos. Para a Allianz, um fato contundente permanece quando há um afastamento de todos os detalhes do acordo do Credit Suisse e UBS. O segundo maior banco da Suíça, um banco que abriu suas portas para negócios em 1856 e foi um dos 30 bancos sistemicamente importantes em todo o mundo, não existirá mais como autônomo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.