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23/Mar/2023

Montadoras: demanda enfraquecida preocupa setor

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirmou, nesta quarta-feira (22/03), que a crise de produção no setor brasileiro deixou de ser pela falta de semicondutores para sinalização de demanda mais fraca. O mercado de veículos automotores inverteu a lógica de funcionamento. O mercado há 2 anos e meio vendia 70% das suas vendas a prazo e 30% de vendas à vista. Em março, está vendendo 70% à vista e 30% a prazo. Significa que esse consumidor desapareceu e está indo para mercado de usados e usados com mais de 10 anos de uso.

É preciso ter atenção especial para voltar com esse mercado em patamares mais elevados, inclusive com renovação natural da frota, que é uma frota antiga. O Brasil passou de um mercado que havia uma crise de produção pela falta de semicondutores, e hoje a gente dá sinais de demanda fraca. Apesar da crise enfrentada pelas montadoras, que interromperam produção e anunciaram férias coletivas, a entidade descarta a possibilidade de ocorrer demissões em massa no setor no curto prazo. O Brasil tem uma grande oportunidade de crescimento e isso foi apresentado, inclusive com exportações e mercado local.

O que limitava o crescimento do setor eram os semicondutores e hoje a crise de semicondutores está ficando para trás. Assim, há um potencial de crescimento muito grande e o setor aposta muito nisso. Em encontro com o ministro da Fazenda, Fernado Haddad, classificado como positivo, foram apresentados dados sobre a realidade do setor e os investimentos que o segmento busca fazer no período de transição tecnológica e retomada do mercado. O ano de 2023 começou desfavorável às empresas. Não foram discutidas medidas de curto prazo que pudessem ter impacto no mercado de imediato.

Após dois anos de paradas forçadas por escassez de semicondutores, as montadoras voltaram a interromper a produção, mas, desta vez, também por falta de consumidores. Na segunda-feira (20/03), três grandes grupos, General Motors, Hyundai e Stellantis (dona de Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) suspenderam linhas de produção e decidiram dar férias coletivas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deseja que o País produza mais e importe menos veículos. O setor apoia veementemente a reforma tributária do governo federal.

A proposta deve eliminar problemas que atrasam investimentos, como créditos tributários. A reforma é fundamental para crescimento do País e, consequentemente, crescimento do setor. A entidade apresentou ao ministro algumas sugestões e contribuições, mas sempre dentro da normalidade, e respeitando o texto que está sendo proposto. Não foram discutidas formas de compensação ao setor por eventuais perdas. O setor hoje tem R$ 15 bilhões de créditos de tributos que poderiam ser usados em investimentos, geração de empregos e hoje este dinheiro fica parado, sem fazer a economia girar. O setor defende a redução da taxa de juros no País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.