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22/Mar/2023

BRICS: escolha de Lula para o NBD é estratégica

A escolha pela ex-presidente Dilma Rousseff para comandar o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), mais conhecido como Banco dos Brics, foi estratégica dentro da intenção do governo brasileiro de reocupar postos-chave internacionais. A expectativa é que Dilma tenha capacidade "de dar um eletrochoque" na instituição, que foi criada num contexto muito diferente do atual. As primeiras intenções de atuação da brasileira à frente do NBD devem ser conhecidas no fim deste mês, quando uma grande comitiva irá para a China, sede do banco. A escolha de Dilma foi uma ideia do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem a ambição de tornar o Brasil um país relevante nas discussões internacionais. A ex-presidente estava cética em relação a ser a pessoa mais apropriada para o cargo, mas, conforme os argumentos foram apresentados, ela se convenceu de seu papel. Os sócios do banco são os países do Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A avaliação de Lula é que Dilma é a única política local, além dele próprio, que consegue falar diretamente com os chefes de Estado dos demais países integrantes do banco pelo seu passado como presidente do Brasil. Este é considerado um ativo político indispensável para o NBD funcionar no contexto de guerra na Ucrânia, de sanções internacionais, de fragmentação e polarização em várias partes do mundo. Se o Brasil não tem condições de se impor economicamente no grupo diante de parceiros como China e Índia, que têm crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) expressivo, a saída de Lula foi a de o País encontrar seu espaço na esfera política. Ao indicar uma ex-presidente no banco, dá-se um tom de mais autoridade ao posto. A expectativa é a de que Dilma será mais ouvida por Xi Jinping, Narendra Modi ou Vladimir Putin do que qualquer outro presidente que a instituição tivesse indicado pelo Brasil.

Em um contexto de protocolos hiper-hierarquizados e verticalizados dos governos russos, chinês e indiano, a ex-presidente pode, por exemplo, telefonar para eles, e isso é um ponto positivo. O nome de Dilma Roussef não enfrentou qualquer resistência dos demais sócios do NBD quando o Brasil a indicou para substituir Marcos Troyjo, escolhido para comandar o banco no governo de Jair Bolsonaro. A viagem presidencial à China começa nesta sexta-feira (24/03), durando de 25 a 31 de março. Ainda não há uma definição sobre se Dilma tomará posse na ocasião, mas será uma das integrantes da comitiva e a avaliação é a de que o novo comando do banco será uma "entrega importante" na viagem, com a possibilidade de a ex-presidente encaminhar publicamente uma mensagem sobre o papel que o NBD desempenhará sob seu comando. Depois que se mudar de vez para Xangai, Dilma receberá do Ministério da Fazenda o apoio técnico para o cargo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.