ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Mar/2023

Preocupações com crise bancária global persistem

O acordo para a compra do Credit Suisse pelo UBS trouxe algum alívio no mercado financeiro, mas foi incapaz de eliminar por completo as preocupações com a saúde do sistema bancário global. Na Europa e nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam em alta na segunda-feira (20/03), mas, na Ásia, houve queda. No Brasil, o Ibovespa recuou 1,04%. Em Zurique, a ação do Credit Suisse caiu 55,74% e a do UBS subiu 1,26%. Anunciado no domingo (19/03), o negócio de US$ 3,25 bilhões encampado pelo UBS marcou apenas mais um capítulo do abalo recente no sistema bancário, depois da quebra de dois bancos médios nos Estados Unidos, Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank, e da crise no First Republic Bank.

Parece que o caso do Credit Suisse foi encaminhado, mas ninguém sabe se outras instituições terão problema. Tem uma preocupação com o contexto global. O banco BV acrescenta que as informações sobre a transação suíça são escassas, o que dificulta uma análise mais consolidada por parte dos agentes do mercado. Não há muita informação. Quando o mercado está sem informações, o prêmio de risco aumenta. A sinalização dada pelo Banco Central Europeu de que os principais bancos centrais do mundo possam atuar de forma coordenada para conter a crise também deixa os investidores cautelosos. Isso sugere que as autoridades estão preocupadas.

O dia também foi marcado por um outro temor. Na venda do Credit Suisse, os títulos de maior risco, que somavam cerca de US$ 17 bilhões, tiveram de ser eliminados para que a conta pudesse fechar para o UBS, o que catapultou uma nova onda de temor, com reflexos no mercado global de títulos de dívida (os chamados bonds). A principal preocupação de investidores é de que eles podem estar expostos a um risco maior do que previam em relação aos bancos. Entre os títulos que os bancos usam para captar recursos e atender exigências regulatórias de capital, um dos mais comuns é AT1 ou ‘Additional Tier 1 Bonds’, um instrumento de dívida subordinada semelhante a um bônus perpétuo, ou seja, sem data de vencimento, sem garantia e não conversível.

Nesse instrumento, o banco não paga o valor do principal captado, mas juros aos investidores que compram. Quando o capital de um banco cai abaixo de um determinado nível mínimo, o regulador pode forçar a conversão desses papéis ou simplesmente eliminá-los, o que ocorreu com o Credit Suisse. Embora haja uma preocupação internacional com o setor bancário, os analistas dizem que o cenário atual é diferente do observado na crise financeira de 2008 e 2009. Nos últimos anos, a regulação ficou mais dura, os bancos centrais parecem agir agora de forma mais rápida do que fizeram no passado, e as instituições financeiras estão menos alavancadas.

A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, busca acalmar o quadro, após quebras de bancos regionais, ao afirmar que o sistema bancário dos Estados Unidos é sólido, mas acordos de ajuda adicional podem ser necessários, se houver novos problemas em instituições menores que possam representar risco à estabilidade financeira. Ela afirmou que, no geral, a situação está estabilizando. A intervenção recente do governo era necessária para proteger o sistema bancário mais abrangente e mais esforços de resgate podem ocorrer. Ações similares poderiam ser necessárias, caso instituições menores sofram corridas de retirada de depósito que representam um risco de contágio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.