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21/Mar/2023

Montadoras parando produção por demanda fraca

Depois de dois anos de paradas forçadas pela insuficiência de peças, sobretudo componentes eletrônicos, as montadoras voltaram a interromper a produção, mas, desta vez, porque também faltam consumidores. Com os sinais de desaceleração do mercado, não só no Brasil, mas também em destinos no exterior, as fábricas começaram a segurar a produção para evitar um grande acúmulo de estoques, algo que pressionaria para baixo os preços dos automóveis. Nas próximas duas semanas, a Hyundai vai conceder férias coletivas nos três turnos da fábrica que monta os modelos HB20 e Creta em Piracicaba, no interior de São Paulo. De 20 de março a 2 de abril, apenas a produção de motores seguirá normalmente no complexo industrial. A medida, segundo a Hyundai, tem como objetivo adequar os volumes de produção para evitar a formação de estoques. A montadora informa que está acompanhando a dinâmica mostrada pelo mercado interno de veículos no primeiro trimestre.

Os volumes originais de produção programados para o restante do ano não foram alterados. Além da Hyundai, a General Motors (GM) vai suspender a produção em São José dos Campos (SP), onde produz a picape S10 e o utilitário esportivo Trailblazer, de 27 de março a 11 de abril. Representantes do sindicato dos metalúrgicos da região informam que a GM apontou a queda da demanda ao justificar as férias coletivas. No sul do Rio de Janeiro, a fábrica da Stellantis que monta carros das marcas francesas Peugeot e Citröen fechou o segundo turno. De acordo com o grupo automotivo, foi necessário adequar a produção ao novo nível de demanda nos mercados externos. Com o freio colocado pelos juros altos, preços elevados e orçamento das famílias mais apertado por dívidas, as vendas de veículos zero quilômetro, abaixo de 130 mil unidades, tiveram no mês passado o menor resultado para fevereiro dos últimos 17 anos. As exportações do primeiro bimestre, de 67,4 mil veículos, ficaram 2,6 % abaixo dos embarques no mesmo período de 2022. Os números são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Ao mesmo tempo em que o consumo perde força, a indústria aponta dificuldades com o fluxo de abastecimento ainda irregular, embora sem a intensidade da crise de oferta de um ano atrás. A falta de componentes foi a justificativa dada nas últimas paradas de fábricas da Volkswagen e da Renault. Todas as linhas da fábrica da Renault no Paraná estão inativas. No dia 27 de março, a Volkswagen vai dar dez dias de férias coletivas na unidade de Taubaté (SP), que produz o recém-lançado Polo Track. A montadora informou que a medida tem dois motivos: manutenção da linha de produção e instabilidade no fornecimento de componentes. No mês passado, depois do feriado de Carnaval, a Volkswagen, também citando falta de peças, já tinha interrompido a produção por dez dias de suas fábricas em São Bernardo do Campo (SP), e em São José dos Pinhais (PR). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.