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20/Mar/2023

OCDE revisa projeções do PIB global e dos países

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ampliou suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023 (de 2,2% para 2,6%) e 2024 (de 2,7% para 2,9%), à medida que a pressão da alta inflação sobre a renda diminui na maior parte dos países. Sinais positivos estão começando a aparecer na economia global, com a melhora no sentimento de consumidores e empresas, preços de energia e alimentos caindo e a reabertura da China. A OCDE reduziu a previsão para a expansão do PIB dos Estados Unidos em 2023, de 2,5% a 1,5%, e em 2024, de 1,0% a 0,9%. Para a zona do euro, houve aumento nas estimativas deste ano (de 0,5% a 0,8%) e no próximo (de 1,4% a 1,5%). As projeções para a China melhoraram em 2023 (de 4,6% a 5,3%) e em 2024 (de 4,1% a 4,9%). No entanto, essa recuperação ainda é frágil, rondada por riscos como a incerteza sobre o curso da guerra na Ucrânia e a força do impacto do aperto monetário dos bancos centrais.

As mudanças realizadas na política monetária podem continuar a expor vulnerabilidades financeiras de grande endividamentos e avaliações de ativos distorcidas. A médio prazo, a fragmentação das cadeias globais de comércio e mudanças de empresas para localizações de menor distância (near-shoring) também representam riscos, devido ao aumento de custos envolvido em ambos os processos. O crescimento global no ano passado desacelerou para 3,2%, abaixo das expectativas da instituição no início do ano. Entre os motivos, destaca-se a guerra na Ucrânia, a crise do custo de vida e a desaceleração na China. Para o Brasil, a OCDE cortou as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano e no próximo, em meio a um cenário de incertezas em relação ao pulso da atividade global. A projeção para a expansão da atividade brasileira foi reduzida em 2023 (de 1,2% a 1,0%) e em 2024 (de 1,4% a 1,1%). Por outro lado, a expectativa para a inflação no País este ano foi elevada, de 6,6% a 5,4%, embora tenha diminuído a estimativa do ano que vem, de 4,5% a 4,3%.

O cenário reflete a piora nas condições econômicas de nações emergentes, diante dos efeitos do aperto monetário global. No entanto, a decisão brasileira de subir juros antes da maior parte dos pares pode abrir espaço para cortes já na segunda meta de 2024. O diferencial de juros com os Estados Unidos limita o espaço de manobra para emergentes, sobretudo nos países com alto volume de dívida denominada em dólar e nos sensíveis às pressões nos preços de alimentos e energia. O crescimento em muitos mercados emergentes, incluindo Brasil e África do Sul, deverá ser lento nos próximos dois anos, em cerca de 1% por ano em média. Os impactos da política monetária restritiva liderada por bancos centrais ao redor do mundo começaram a aparecer no setor bancário. O aperto monetário para combater a inflação é um dos riscos centrais para o crescimento global, considerando as incertezas sobre a escala e duração necessárias para o ciclo restritivo reduzir a inflação sustentadamente.

Aumentos contínuos nas pressões sobre custos ou alta nas expectativas de inflação de médio e longo prazo podem levar bancos centrais a manterem taxas altas por mais tempo, provocando movimentos de grande escala nos mercados financeiros. Até o momento, o ciclo de aperto provocou reprecificação das classes de ativos e gerou grandes perdas não realizadas em carteiras de títulos de instituições financeiras. Em várias economias, o crescimento real e esperado do crédito desacelerou, tornando-se até negativo em algumas pesquisas recentes sobre empréstimos bancários, inclusive na área do euro. Contudo, a OCDE projeta que a inflação deve reduzir nos próximos dois anos, permitindo certo relaxamento na política monetária em algumas economias já em 2024. O relatório reduziu a previsão inflação total em países do G20 de desaceleração de 5,4% para 4,5% em 2024, enquanto a projeção do núcleo reduziu de 4,2% para 4,0% neste ano e se manteve em 2,5% para o próximo ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.