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17/Mar/2023

Crise atual não deve abalar sistema financeiro global

Apesar da queda nas Bolsas no dia 15 de março, a turbulência no Credit Suisse e a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank não têm ainda o potencial de causar uma crise financeira global nas proporções da de 2008. Na avaliação de analistas, o colapso de bancos norte-americanos e a tensão em torno do Credit Suisse são consequências naturais de uma mudança no nível de liquidez internacional e de más administrações nas instituições financeiras. Para a MB Associados, não se trata de uma situação como a de 2008, que foi sistêmica e muito mais grave. Agora, são crises em bancos que foram mal conduzidos e que estão pagando o preço por isso. Segundo o C6, no caso do SVB, o “banco das startups”, por exemplo, o banco investiu grande parte do dinheiro dos clientes em títulos de longo prazo do Tesouro norte-americano. Com a inflação elevada nos Estados Unidos, o Federal Reserve (o banco central norte-americano) começou a elevar a taxa de juros e, assim, títulos emitidos mais recentemente começaram a oferecer melhores retornos.

Ao mesmo tempo, muitos clientes passaram a sacar seus recursos porque o financiamento para empresas de tecnologia secou. Assim, o SVB se viu obrigado a se desfazer de títulos do Tesouro quando eles perdiam valor. A regulação do sistema bancário norte-americano hoje é muito mais robusta do que a de 2008 e as instituições estão mais capitalizadas agora, o que dificulta um colapso como o ocorrido 15 anos atrás. O problema agora parece estar restrito a bancos de menor porte. Ressalta-se que a adoção de medidas pelos órgãos norte-americanos, como garantir que todos os clientes do banco tenham acesso a seus depósitos e oferecer rapidamente linhas de crédito para instituições financeiras, foi mais rápida do que em 2008. No caso do Credit Suisse, poderia haver um risco maior de contaminação dado o porte do banco. Mas, o potencial de destruição que um colapso de uma instituição financeira como o Credit pode causar também faz com que seja mais provável um resgate conjunto por parte do governo suíços e de autoridades monetárias europeias. No entanto, a Universidade de Nova York, alertou que o Credit Suisse pode ser grande demais para quebrar, mas também muito grande para ser salvo.

Não está claro se o sistema federal tem recursos suficientes para elaborar um pacote de ajuda. Ainda assim, a avaliação geral é de que o contexto da crise do banco europeu também é distinto do de 2008. A Tendências Consultoria afirma que, agora, não há a alavancagem que havia no passado, quando produtos criados por bancos a partir de empréstimos feitos no setor imobiliário eram revendidos como se fossem de baixo risco. Ali, quando a inadimplência ocorreu, a capacidade financeira de vários bancos foi arrastada. Para Campos Neto, o impacto no Brasil ainda vai depender dos desdobramentos nas próximas semanas. O mercado de crédito local já estava retraído por causa da crise nas Americanas e pelo aperto monetário. Já havia problemas conhecidos e que apontavam para um crédito mais caro. Agora, tem-se esse fato novo, mas é difícil mensurá-lo. O C6 afirma que eventuais impactos podem ocorrer se os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa acabarem cortando os juros antecipadamente. Entretanto, ainda é cedo para isso ocorrer. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.