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09/Mar/2023

Endividamento das Famílias continua avançando

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias brasileiras endividadas cresceu 0,3% em fevereiro ante janeiro, para 78,3%, após dois meses de estabilidade. Na comparação com fevereiro de 2022, o crescimento foi de 1,7%. Embora tenha atingido, em 2022, uma média anual recorde na série histórica da Peic, iniciada em 2010, o endividamento (que considera qualquer tipo de dívida, incluindo o uso de cartão de crédito, mesmo que pago em dia) vinha apontando perda de fôlego desde outubro do ano passado.

A alta de fevereiro foi puxada por vencimentos de despesas típicas do primeiro trimestre (tributos, despesas escolares e contribuições para órgãos de classe, entre outras). A evolução recente do mercado de trabalho, com melhora na renda disponível, e o alívio na inflação acumulada em 12 meses evitaram novas rodadas de aumento da inadimplência. Em fevereiro, 29,8% das famílias entrevistadas pela Peic relataram ter dívidas em atraso, 0,1% abaixo do registrado em janeiro. Na comparação com fevereiro de 2022, há um aumento de 2,8% nessa proporção. Por outro lado, a leitura de fevereiro da Peic não sinaliza para um alívio continuado na inadimplência.

Isso porque 11,6% das famílias relataram não ter condições de pagar as dívidas, mesmo nível de janeiro e 1,1% acima do registrado em fevereiro de 2022. Quem tem dívidas mais antigas segue enfrentando dificuldade de sair da inadimplência, em função dos juros elevados. A proporção de consumidores sem condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores chegou a 11,6% do total, estável em relação a janeiro, mas a proporção mais alta desde outubro de 2020. Entre os inadimplentes, 44% têm dívidas atrasadas por mais de 90 dias. O tempo médio de atraso nos pagamentos foi de 62,7 dias, o maior desde janeiro de 2021.

A alta da proporção de endividados em fevereiro foi puxado pelas famílias com renda superior a três salários-mínimos. Entre as famílias mais pobres, que ganham até no máximo três salários-mínimos por mês, a proporção de endividados caiu de 79,2% em janeiro para 79,0% em fevereiro. Já entre os entrevistados com rendimentos de três a cinco salários-mínimos por mês, houve aumento de 78,8% para 79,4%. Por conta do Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (08/03), a CNC divulgou algumas informações desagregadas por gênero na Peic de fevereiro. Entre as mulheres, o endividamento subiu 1,1% em fevereiro ante janeiro, para 79,5% do total de entrevistadas, acima da variação agregada. Entre os homens, houve queda de 0,1%, para 77,2% dos consumidores entrevistados na Peic.

Entre as mulheres endividadas, 18,8% se consideram "muito endividadas", enquanto, entre os homens, essa proporção ficou em 15,5% em fevereiro. Isso indica que as condições financeiras e orçamentárias estão mais apertadas para o público feminino. A inadimplência também ficou maior entre elas, em fevereiro: 30,3% das entrevistadas relataram ter dívidas em atraso, enquanto 29,1% dos homens fizeram o mesmo. Mas, uma vez inadimplentes, as mulheres buscam resolver mais rápido o problema: enquanto elas ficaram em média 62 dias sem pagar dívidas, os homens permaneceram 63,5 dias com dívidas atrasadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.