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09/Mar/2023

Fundos Sustentáveis atraem investidores em 2022

Fundos sustentáveis que investem com base em fatores como a pegada de carbono das empresas e a diversidade da força de trabalho atraíram novos investimentos em 2022, apesar da venda em massa no mercado que atingiu muitos setores. Os investimentos em fundos sustentáveis dos Estados Unidos, incluindo ações, títulos e outras categorias, caíram para US$ 3,1 bilhões em 2022, ante US$ 69,2 bilhões no ano anterior, segundo a Morningstar. Os fundos convencionais que não consideram fatores ambientais, sociais ou de governança, conhecidos como ESG, perderam mais de US$ 370 bilhões em saques no ano passado. Os fundos de renda fixa responderam por US$ 2,4 bilhões de toda a entrada de investimentos sustentáveis, ou cerca de 75%, desempenho surpreendente, considerando o impacto que o aumento das taxas de juros teve sobre muitos detentores de títulos. A Morningstar identificou 129 fundos de títulos sustentáveis no ano passado, contra 47 em 2018.

Os produtos sustentáveis se beneficiam de uma enxurrada de capital em busca de investimentos verdes em resposta ao aquecimento global, enquanto governos e órgãos reguladores cada vez mais estabelecem metas climáticas ambiciosas que pressionam as empresas a reduzir a pegada de carbono. Os investidores experimentam cada vez mais os efeitos, diretos ou indiretos, das mudanças climáticas e da desigualdade social, o que impulsiona o desejo de causar um impacto positivo. Alguns dos fundos sustentáveis de renda fixa com as maiores entradas investem diretamente em energia renovável, alternativas de trânsito de baixo carbono, entre outros projetos sustentáveis. O Calvert Bond Fund atraiu US$ 413 milhões em investimentos em 2022, a terceira maior entrada entre os fundos de títulos sustentáveis no ano passado, segundo a Morningstar.

O fundo, com US$ 2,6 bilhões em ativos, superou o desempenho do índice de referência graças a uma duração mais curta ou por investir em títulos menos sensíveis a oscilações nas taxas de juros e priorizando títulos lastreados em ativos, como aqueles destinados a projetos de energia renovável, segundo relatório anual. Segundo a Calvert Research & Management quase um terço do fundo tem um uso claro dos rendimentos de títulos em que podemos identificar um projeto em que os investidores apoiam o impacto positivo direto de uma perspectiva ambiental ou social. O Hartford Schroders Sustainable Core Bond Fund captou US$ 109 milhões no ano passado, apesar do desempenho abaixo do índice de referência. O fundo tem US$ 175 milhões em ativos e possui mais títulos de empresas do que o benchmark, incluindo instituições financeiras, segundo o relatório anual. Segundo o Hartford Schroders Sustainable Core Bond Fund, as entradas devem ter sido impulsionadas por investidores que realocaram capital para produtos sustentáveis com desempenho semelhante aos fundos convencionais.

Motivos variados prejudicaram o desempenho dos fundos de renda fixa, incluindo maior exposição a títulos de longa duração, peso exagerado de títulos corporativos fortemente atingidos pela crise e baixa exposição a empresas de energia que tiveram um bom desempenho no ano passado, de acordo com uma revisão de relatórios anuais realizada pelo Wall Street Journal. O mercado de títulos teve uma sangria de caixa no ano passado, levando a uma queda histórica quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou as taxas de juros para seus níveis mais altos em anos na luta para conter a inflação persistente. As saídas de fundos de títulos convencionais atingiram US$ 335 bilhões no ano passado, segundo a Morningstar. Os rendimentos subiram, elevando os custos dos empréstimos, o que também limitou as emissões, embora as ofertas de títulos sustentáveis superem as de equivalentes convencionais. Segundo a Moody's Investors Service, no ano passado, especificamente, os títulos sustentáveis resistiram melhor do que o mercado em geral.

Fundos de renda fixa sustentáveis compram títulos verdes e usam pontuações climáticas e sociais de avaliadores ESG para examinar os riscos de emissores corporativos, de forma semelhante aos fundos de ações. As pontuações ESG variam amplamente entre os avaliadores, e muitos fundos têm liberdade para investir em empresas com pegada de carbono significativa. O investimento ESG sofre pressão de todos os lados. Nos Estados Unidos, os republicanos trabalham para evitar que os investidores considerem os riscos climáticos e sociais em suas decisões. Investidores e observadores cada vez mais examinam o mercado, já que algumas ofertas exageram a boa-fé climática, em uma manobra conhecida como greenwashing. No ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) propôs regras mais rígidas para ofertas relacionadas a ESG que poderiam obrigar empresas a fazer divulgações adicionais e a adotar nomes de produtos que refletissem seu objetivo de forma mais clara. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.