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03/Mar/2023

Brasil precisa superar desafios de clima e ambientais

No evento anual 15ª Previsão de Safra, realizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu que a superação dos desafios ambientais e climáticos não passa por transformar a agricultura em vilã. O Brasil está de volta ao cenário internacional e precisa saber onde está, com quem está, e como está e a agricultura brasileira é parte disso. Não é vilanizando a agricultura que o País conseguirá superar as questões ambientais e climáticas. O Brasil é provedor de soluções. Discussões sobre mudança do clima têm de ter acordo entre agricultura e meio ambiente para ter avanço. O Brasil não precisa ser o vilão do mundo, e sim a solução do mundo. A ex-ministra lembrou que as relações internacionais não se circunscrevem mais ao Itamaraty, passando também pelo setor privado, pela agricultura, pela sociedade civil e pela filantropia.

O Brasil tem importantes famílias, incluindo do setor agro, que poderiam estar liderando a filantropia política. O Brasil é provedor de soluções e tem de voltar a pautar o mundo pelos seus interesses e na mediação dos conflitos de interesses, uma menção à intensidade cada vez mais frequente das intempéries climáticas que geram incertezas e riscos ao capital privado. Os representantes do setor devem focar menos nas reações domésticas e mais em discutir a visão estratégica, alinhada com as discussões externas. Não pode ter debate se a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ficará fora ou não da Agricultura. Isso é um debate completamente não contemporâneo. É precisamos discutir seriamente qual é a visão estratégica, defendeu a ex-ministra. A discussão que está sendo colocada no mundo é se o Brasil quer ser provedor de soluções para mudanças climáticas. A ex-ministra falou também sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e cobrou empenho do setor na regularização ambiental. Ela lembrou que durante sua gestão o agro pedia mais tempo para implementação do Código Florestal e, desde então, já se passaram dez anos, desde a adoção da lei ambiental do País.

É preciso correr atrás disso para que vire ativo de qualidade, de competitividade, de sustentabilidade e se tem ou não carbono no solo. O Brasil não pode ficar refém do “achismo” agrícola nem do “achismo” ambiental. Do ponto de vista internacional, Izabella reiterou que a tônica é de desmatamento zero. Desmatamento zero é possível construir, mas é preciso ver como, juntos, será construído. Na medida que o Brasil vá reduzindo o desmatamento, vai conseguindo o reconhecimento para defender seus interesses e como remunerar a propriedade privada, defendida pela Constituição brasileira, pelo desmatamento zero. Por fim, ela pediu que o setor deixe de lado as discussões políticas e ideológicas para que se avance nas discussões sobre clima e meio ambiente. O agro não deve se intimidar com a discussão do desmatamento. Está na hora de o Brasil repactuar e começar a pautar as discussões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.