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01/Mar/2023

Desemprego recua para a menor taxa desde 2015

De acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira (28/02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,9% no trimestre encerrado em dezembro. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,1%. No trimestre móvel até novembro, a taxa de desocupação estava em 8,1%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.808,00 no trimestre encerrado em dezembro. O resultado representa alta de 8,3% em relação ao mesmo trimestre de 2021. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 274,35 bilhões no trimestre encerrado em dezembro, alta de 12,8% ante igual período do ano passado. O País registrou uma abertura de 101 mil vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada ficou em 99,37 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro. Em um ano, esse contingente aumentou em 3,622 milhões de pessoas.

A população desocupada diminuiu em 888 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,572 milhões de desempregados no trimestre até dezembro. Em um ano, 3,439 milhões de pessoas deixaram o desemprego. A população inativa somou 65,903 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro, 1,174 milhão de a mais que no trimestre anterior. Em um ano, houve aumento de 1,377 milhão de pessoas. O Brasil registrou 3,996 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em dezembro. O resultado significa 262 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em setembro, um recuo de 6,2%. Em um ano, 793 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 16,6%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

No trimestre terminado em dezembro, faltou trabalho para 21,305 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 20,1% no trimestre até setembro para 18,5% no trimestre até dezembro. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até dezembro de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24,3%. A população subutilizada caiu 9,1% ante o trimestre até setembro, 2,121 milhões de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até dezembro de 2021, houve um recuo de 24,8%, menos 7,039 milhões de pessoas. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,5% no trimestre até dezembro de 2022, ante 6,2% no trimestre até setembro. Em todo o Brasil, há 5,429 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até setembro para o trimestre até dezembro, houve um recuo de 765 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 1,940 milhão de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. O trimestre encerrado em dezembro de 2022 mostrou uma abertura de 593 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em setembro. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, 2,363 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 36,858 milhões no trimestre até dezembro, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram 13,236 milhões, 24 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até dezembro de 2021, foram criadas 792 mil vagas sem carteira no setor privado.

O trabalho por conta própria perdeu 216 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,468 milhões. O resultado significa 475 mil pessoas a menos atuando nessa condição em relação a um ano antes. O número de empregadores encolheu em 103 mil em um trimestre. Em relação a dezembro de 2021, o total de empregadores é 374 mil superior. O País teve um recuo de 56 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,833 milhões de pessoas. Esse contingente é 136 mil pessoas maior que no ano anterior. O setor público teve 26 mil ocupados a menos no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro. Na comparação com o trimestre até dezembro de 2021, foram abertas 755 mil vagas. O País registrou uma taxa de informalidade de 38,8% no mercado de trabalho no trimestre até dezembro de 2022. Havia 39,145 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, 591 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais.

A geração de vagas no período totalizou 101 mil, ou seja, foi composta por ocupações formais. Em um trimestre, embora tenha aumentado o número de empregados sem carteira assinada no setor privado e o de empregadores sem CNPJ, houve uma redução de 445 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ. O número de trabalhadores domésticos sem carteira assinada encolheu em 60 mil pessoas, e o de trabalhador familiar auxiliar recuou em 115 mil pessoas. A queda na população ocupada atuando informalidade em um trimestre foi de 1,5%. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais encolheu em 391 mil pessoas. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 31,224 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 274,346 bilhões, uma alta de 12,8% no trimestre encerrado em dezembro de 2022 ante o trimestre terminado em dezembro de 2021. Na comparação com o trimestre terminado em setembro, a massa de renda real subiu 2,1% no trimestre terminado em dezembro, com R$ 5,603 bilhões a mais. É a maior massa da série histórica.

Quem está puxando é o rendimento, porque a ocupação ficou estável. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 1,9% na comparação com o trimestre até setembro, R$ 51,00 a mais, para R$ 2.808,00. Em relação ao trimestre encerrado em dezembro do ano anterior, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 8,3%, R$ 215,00 a mais. O crescimento do rendimento médio real está relacionado à trégua da inflação registrada nos últimos meses, que proporciona ganhos reais, mas também à melhora na composição da ocupação, com recuperação da geração de vagas com carteira assinada no setor privado e um aumento nas contratações no setor público, que tendem a elevar o rendimento médio. Ao mesmo tempo, o número de trabalhadores atuando na informalidade diminuiu. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,6% no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro.

Na comparação com o trimestre terminado em dezembro de 2021, houve elevação de 14,8% na renda média nominal. A corrosão da renda pela inflação já foi maior. Embora a gente tenha sim o efeito da inflação em 12 meses, ele não é forte o suficiente para impedir ganhos reais, como ocorrera na maior parte do ano de 2021 e primeiro semestre de 2022. O aumento sazonal no número de trabalhadores ocupados no País no quarto trimestre de 2022 foi o mais fraco da série histórica. O País registrou uma abertura de apenas 101 mil vagas no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em setembro, um avanço de apenas 0,1% na ocupação. Ainda assim, a população ocupada alcançou um novo recorde, subindo a 99,370 milhões de pessoas no trimestre encerrado em novembro de 2022. Em um ano, mais 3,622 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. Não houve expansão estatisticamente significativa da ocupação.

A estabilidade na ocupação, contrariando uma tendência sazonal de geração de vagas, está associada à não expansão do emprego em como o comércio e serviços pessoais prestados às famílias, que, de forma geral, contribuem para a expansão da ocupação no quarto trimestre. Embora não tenha havido a marcação sazonal, é possível ter um balanço de 2022 bastante positivo. A população desocupada diminuiu em 888 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,572 milhões de desempregados no trimestre até dezembro, menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2015. Em um ano, 3,439 milhões deixaram o desemprego. A população inativa somou 65,903 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro, 1,174 milhão a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 1,377 milhão de pessoas. O nível da ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, permaneceu em 57,2% no trimestre até dezembro, mesmo resultado visto no trimestre até setembro.

No trimestre terminado em dezembro de 2021, o nível da ocupação era de 55,6%. O ano de 2022 marcou a consolidação da recuperação do mercado de trabalho no País no pós-pandemia. O ano de 2022 foi um ano de consolidação do processo de recuperação iniciado em 2021. Enquanto em 2021, a participação do trabalho informal era muito alta no processo de recuperação, em 2022, houve consolidação da importância do informal, mas sinalizou recuperação da carteira assinada, contribuindo para a redução da taxa de informalidade no País. Em 2022, a taxa média anual de desocupação foi de 9,3%, a mais baixa desde 2015, quando ficou em 8,6%. Em 2021, a taxa de desemprego média era de 13,2%.Já a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 20,8%, menor patamar desde 2015, quando estava em 17,4%. A população desocupada média no ano totalizou 10,015 milhões de pessoas em 2022, 3,873 milhões a menos que em 2021, um recuo de 27,9%.

No entanto, o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados (6,8 milhões) da série histórica da Pnad Contínua. A população ocupada atingiu um recorde de 98,046 milhões de pessoas na média de 2022, 7,4% acima do resultado de 2021, 6,749 milhões de vagas a mais. O nível da ocupação médio, que mostra a proporção de ocupados na população em idade de trabalhar, aumentou de 53,2% em 2021 para 56,6% em 2022. Além da população ocupada recorde, o mercado de trabalho também registrou as maiores médias da série histórica para o trabalho sem carteira assinada no setor privado e para o número de pessoas trabalhando por conta própria. A média anual de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 14,9%, passando de 11,2 milhões em 2021 para 12,9 milhões de pessoas em 2022. O número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,5 milhões em 2022, alta de 2,6% ante 2021.

O número médio anual de empregados com carteira de trabalho aumentou em 9,2%, somando 35,9 milhões de pessoas. Em 2022, houve manutenção da importância do trabalho informal, mas também um processo de recuperação do emprego com carteira no País. Isso faz com que, associado a um panorama um pouco mais favorável do cenário de inflação, a gente tenha verificado dados que trazem melhoria do rendimento médio do trabalhador em termos reais, assim como redução da taxa de informalidade, e diversas atividades ultrapassando seus níveis de ocupação pré-pandemia. Então foi um ano bastante positivo para o mercado de trabalho. A taxa média anual de informalidade passou de 40,1% em 2021 para 39,6% em 2022. O valor médio anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.715,00 1,0% menor que o estimado para 2021, R$ 28,00 a menos. O valor médio anual da massa de rendimento real habitual chegou a R$ 261,3 bilhões, o maior da série anual, com alta de 6,9% ante 2021, mais R$ 16,9 bilhões.

Um em cada quatro desempregados no País no quarto trimestre de 2022 estava procurando trabalho há dois anos ou mais, ou seja, enfrentava o emprego de longa duração. No quatro trimestre de 2022, 25,6% da população desocupada estavam buscando trabalho há 2 anos ou mais, somando 2,191 milhões de pessoas. No entanto, esse percentual vem diminuindo: no terceiro trimestre de 2022, 27,2% dos desempregados estavam nessa condição, 2,575 milhões. No quarto trimestre de 2021, 30,3% dos desocupados buscavam emprego há pelo menos dois anos, 3,637 milhões. No outro extremo, no desemprego de curta duração no quarto trimestre de 2022, 19,3% da população desocupada buscavam trabalho há menos de um mês, 1,651 milhões de pessoas. Havia 3,734 milhões de pessoas buscando uma vaga entre um mês e menos de um ano, 43,6% do total de desempregados existentes no quarto trimestre de 2022.

Outros 995 mil desocupados, 11,6% do total, procuravam emprego há pelo menos um ano, mas menos de dois anos. Apesar da melhora no mercado de trabalho, o desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no quarto trimestre de 2022. A taxa de desocupação do País desceu de 8,1% no terceiro trimestre para 7,9% no quarto trimestre de 2022. Enquanto a taxa de desemprego foi de 6,5% para os homens no trimestre encerrado em dezembro, houve um resultado de 9,8% para as mulheres. Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 6,2%, muito aquém do resultado para os pretos (9,9%) e pardos (9,2%). A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 13,9%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 3,9%.

A taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo em 8 das 27 Unidades da Federação na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2022. As maiores taxas de desocupação no quarto trimestre foram as da Bahia (13,5%), Amapá (13,3%) e Pernambuco (12,3%). Os menores resultados ocorreram em Rondônia (3,1%), Santa Catarina (3,2%) e Mato Grosso (3,3%). A taxa de desemprego no estado de São Paulo ficou em 7,7% no quarto trimestre, e, no Rio de Janeiro, em 11,4%. No total do País, a taxa de desocupação era de 7,9%. A taxa de informalidade foi de 38,8% no total nacional. Os maiores resultados ocorreram no Pará (60,8%), Maranhão (57,4%) e Amazonas (57,0%). Os locais com as menores taxas de informalidade foram Santa Catarina (25,9%), Distrito Federal (29,7%) e São Paulo (30,5%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.