01/Mar/2023

Um estudo desenvolvido pela Serasa Experian sobre as ações ambientais, sociais e de governança (ESG) de produtores rurais que tentam contratar crédito identificou que 1% deles apresentam infrações gravíssimas, como trabalho escravo e embargos, e podem ser considerados detratores do agronegócio. Apesar de os 99% estarem em conformidade socioambiental, esse 1% concentra 100% de infrações gravíssimas (trabalho escravo e embargos), 35% de todas as infrações ambientais e 14,5% de todos os processos. Desde 2021, o Banco Central se mobiliza para incorporar os princípios ambientais, sociais e de governança nas análises de investimento e nos processos de tomada de decisão e, embora apenas 1% da amostra apresente alto risco ESG, do ponto de vista de crédito, esses produtores continuam movimentando o mercado.

Se todas essas infrações fossem autuadas, as instituições financeiras e seguradoras poderiam ter um prejuízo como responsáveis solidárias de até R$ 90 bilhões. O estudo considerou uma amostra de 163 mil produtores rurais, incluindo familiares e grandes exportadores, que contrataram ou tentaram contratar crédito em 2022. Os dados dos agricultores foram submetidos à plataforma Serasa Score ESG Agro, que utiliza a inteligência artificial para cruzar informações em larga escala atreladas aos CPFs dos produtores rurais e atribui uma pontuação de 0 (pior) a 1000 (melhor) para cada indivíduo. Os scores ESG Agro com baixo risco, de produtores que possuem no máximo alguns processos, são os acima de 600.

Já o status de médio risco, com 400 a 600 pontos, indicam aqueles que possuem infrações ambientais, processos e dívidas. Os de alto risco, com embargos, infrações ambientais, processos e trabalho escravo, ficam abaixo de 400. Entre os indivíduos de alto risco ESG, a maioria é do sexo masculino e com idade média acima 60 anos. Do total, 99% estavam em conformidade com as ações ESG e atendiam à legislação e a mediana da pontuação ficou em 808. A Serasa Score ESG Agro pode ajudar a dar mais transparência e segurança ao produtor rural e desvincular a imagem de agricultores brasileiros do desmatamento ilegal. Por exemplo, um importador europeu, pode utilizar a ferramenta para analisar toda sua cadeia de valor, até a origem do produto no campo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.