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28/Fev/2023

Amazônia: desmatamento cresce no mês de fevereiro

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, apontam que os alertas de desmatamento na Amazônia Legal identificados entre os dias 1º e 17 de fevereiro já representam o pior índice para mês desde o início da série histórica, iniciada em 2015. Segundo as informações do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), o volume de desmatamento chegou a 209 Km² no período, ante 199 Km² verificados em fevereiro do ano passado. O volume é quase o dobro da área desmatada no mesmo mês de 2015, por exemplo, quando o sistema captou 115 Km² de devastação.

A Amazônia Legal é uma área que corresponde a 59% do território brasileiro e engloba oito Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão. Em janeiro, o número do desmatamento tinha registrado forte queda em relação ao mesmo mês dos anos anteriores. Foram 167 Km² em janeiro de 2023, diante de 430 Km² em janeiro de 2022. Os especialistas apontam que fatores como forte incidência de chuvas podem ter influência nos dados, além das ofensivas contra os crimes que assolam as florestas. Apontam também a necessidade de pelo menos quatro meses para avaliar o efeito das ações anunciadas pelo governo nas taxas de devastação florestal.

Os alertas do sistema Deter servem como bússola para a questão do desmatamento, indicando áreas mais devastadas e orientando ações de órgãos como o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). O Observatório do Clima avalia que as primeiras medidas foram tomadas pelo nova gestão federal, mas o resultado demanda tempo. O novo governo retomou formalmente o Fundo Amazônia e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), está tomando todas as medidas necessárias para a operacionalização desses instrumentos e, principalmente, reforçou as ações de fiscalização.

Os dados tornados públicos são graves, por mostrarem uma alta expressiva em um mês chuvoso, em que a cobertura de nuvens tende a ser alta e a esconder o desmate. Evidenciam uma situação extremamente grave deixada por quatro anos do governo Jair Bolsonaro, período que teve a maior alta percentual de desmatamento da história. A reversão de tamanho descontrole não se faz de um dia para o outro. O momento agora é de reconstrução da política pública, o que será acompanhado de perto pela sociedade civil.

Na semana passada, o novo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a meta do governo é reduzir, pela metade, o índice de desmatamento verificado no ano anterior. O Ibama voltou a atuar, após anos de paralisação durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), mas é preciso recuperar a estrutura do órgão, que foi esvaziada. O Ibama já chegou a ter 2 mil fiscais em campo. Atualmente, conta com menos de 350 agentes. Para o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), a Amazônia vive uma “queda de braço” entre a criminalidade generalizada e a nova força-tarefa do governo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.