27/Fev/2023

Segundo a MB Associados, o PIB da agropecuária deve crescer 7,2% este ano, na esteira da supersafra esperada para o Brasil, e será o principal motor para a atividade econômica. A estimativa é de alta de 1% para o PIB total do País em 2023, após expansão de 2,8% em 2022. Considerando apenas o impacto da agropecuária, que é pouco mais de 8% do PIB, isso significa 0,63% de impacto. Mas, considerando a cadeia inteira, que chega a quase 30%, o impacto se aproxima de 1%. O cenário contempla crescimento de 0,2% do PIB da indústria este ano, sustentado por uma expansão de 3,1% da construção civil, mas com quedas da mineração (-0,4%) e indústria de transformação (-0,8%). Os serviços devem avançar 1,6%, menos da metade do desempenho esperado em 2022 (4,3%). Vale alertar, no entanto, que a perspectiva de juros altos por mais tempo é um risco para a atividade em 2023.

O cenário básico contempla redução da taxa Selic, agora em 13,75%, a 12,25% no fim do ano, mas os ataques do governo ao Banco Central têm reduzido espaço para os cortes. A crise da Americanas tem o potencial de tirar ainda mais crescimento este ano. O caso da empresa não apenas faz com que os bancos elevem sua provisão, aumentando o risco de concessão de crédito para outras empresas, como afeta um varejo que já vinha fragilizado desde o ano passado, na saída da pandemia. A reestruturação do Auxílio Brasil, combinada ao aumento do salário-mínimo e a programas de crédito do governo, podem impulsionar a atividade ao longo do ano, especialmente na Região Nordeste. Mesmo assim, esse movimento deve ser insuficiente para recuperar o crescimento do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.