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13/Fev/2023

Dólar cai com o movimento de realização de lucros

O dólar teve forte queda frente ao Real na sexta-feira (10/02), na esteira de movimento de realização de lucros, mas ainda fechou a semana passada com ganhos, conforme investidores seguem preocupados com a possibilidade de o Banco Central ceder a críticas do governo sobre a conduta da política monetária. A moeda norte-americana caiu 0,98% e fechou a R$ 5,22, maior queda percentual diária desde 25 de janeiro (-1,21%). Segundo a StoneX, essa queda refletiu operações de realização de lucros por parte dos agentes, visto que as operações da sexta-feira (10/02) foram bastante tranquilas se comparadas ao visto ao longo da semana passada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no exterior em viagem aos Estados Unidos e não houve grandes fatos no Congresso brasileiro; isso permitiu que os investidores aproveitassem esse momento. Alguns participantes do mercado afirmaram que exportadores aproveitaram o patamar elevado do dólar, que chegou a superar pontualmente os R$ 5,30 na manhã de sexta-feira (10/02), para ir às vendas, enquanto outros citaram fluxo pontual de entrada de recursos corporativos no mercado brasileiro.

Ainda assim, a semana passada foi marcada por bastante aversão a risco, em meio a ataques do governo federal ao Banco Central, com críticas à autonomia da autarquia, o nível da taxa de juros e as metas de inflação. Nesse contexto, o dólar encerrou a semana passada com alta acumulada de 1,49%. O humor do mercado doméstico piorou especialmente na quinta-feira (09/02), depois de notícias de que a equipe econômica do governo estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do País na tentativa de acalmar as tensões entre o Banco Central e Lula, com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, supostamente aberto a tais mudanças nos objetivos. Em resposta, os ativos brasileiros despencaram no pregão de quinta-feira (09/02), já que qualquer cessão do Banco Central às pressões do governo seria lida como interferência política numa instituição que, por lei, é independente.

Segundo a Mirae Asset, o problema é que o principal capital de uma autoridade monetária independente é sua credibilidade. Se o Banco Central ceder muito nesse debate, corre o risco de perdê-la. Para além do movimento de ajuste, a StoneX afirmou que a queda do dólar pode ter sido influenciada pela notícia de que o volume de serviços do Brasil cresceu bem mais do que o esperado em dezembro e alcançou o maior patamar da série histórica, terminando 2022 com ganhos pelo segundo ano seguido. Isso contribuiu para uma perspectiva positiva de crescimento econômico do País, e ajudou no movimento de valorização cambial. Enquanto isso, no mercado internacional, o dólar apresentava forte alta contra uma cesta de moedas fortes, com investidores voltando a mostrar preocupação com a trajetória de altas de juros do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed). Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.