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13/Fev/2023

Cooperativas de Crédito: foco no pequeno produtor

Mesmo diante da escassez de recursos oficiais para financiar a safra no Brasil, as cooperativas de crédito continuam a ampliar os desembolsos e a ganhar espaço nesse mercado. E, segundo as principais instituições que atuam no País, os produtores tendem a manter a demanda por recursos para investimentos aquecida. Segundo o Sicredi, o volume de recursos equalizáveis disponíveis para financiar os produtores rurais é menor que a demanda, mas o grupo tem se ajustado a essa realidade. Para dar viabilidade ao planejamento dos produtores para investimentos, está lançando mão da poupança rural. Assim, conseguiu um custo menor para atender os pequenos. Mas, a ideia é que não falte crédito para ninguém, mesmo na ausência da verba oficial. Com recurso próprio, a Sicredi tenta equalizar essa taxa.

O percentual é diferente, mas tem saído negociações. A expectativa do Sicredi era que houvesse uma redução da taxa de juros no fim de 2022, algo que teria impacto positivo na contratação de crédito pelos pequenos produtores. Não houve, mas esses clientes permanecerão no foco também na próxima safra (2023/2024). Há confiança que o governo vai olhar para o ‘pronafiano’ e não vai reduzir os volumes de subsídio ao crédito. Já o médio produtor tem uma conscientização de fazer um planejamento diferenciado e trabalhar direto com as instituições financeiras. Entre os meses de julho e dezembro do ano passado, os desembolsos de crédito rural do Sicredi atingiram R$ 28,5 bilhões, um aumento de 30% na comparação com o mesmo período do ciclo anterior. O destaque foi justamente as operações realizadas via Pronaf, que cresceram 47% no período, para R$ 7,9 bilhões.

Para o Sicoob, outra gigante do ramo, o setor vai continuar demandando recursos devido à manutenção de alta nos preços das commodities agrícolas e da necessidade de otimizar custos. O produtor vai seguir investindo para modernizar sua produção, pois o custo da terra ficou muito caro e ele precisa estar à frente dos seus concorrentes. Assim, ele vai querer o que mais há de moderno para conseguir suportar esses custos. O Sicoob chama a atenção desde já sobre os juros do crédito oficial para os agricultores para a temporada 2023/2024. A expectativa para o próximo Plano Safra é de linhas disponíveis para atender os cooperados em todas as frentes que ele necessita. Atualmente, o setor não tem as linhas nos encargos que merece, e deveria ter para investimento. Somente linhas de crédito adequadas vão auxiliar no fomento da produção rural.

O Sicoob vai ofertar, no total, R$ 41 bilhões nesta temporada 2022/2023, contra R$ 25 bilhões disponibilizados na safra anterior. De julho do ano passado a janeiro, já foram contratados R$ 21,4 bilhões, 55% mais que em igual intervalo de 2021/2022. Outro agente de crédito cooperativo importante, a Cresol, que tem como foco a agricultura familiar, também aumentou a disponibilização de recursos, de R$ 9 bilhões para R$ 15 bilhões nesta safra 2022/2023. A procura por crédito seguirá aquecida por uma conjunta favorável à agricultura. Ainda que o recurso equalizável não seja suficiente, o efeito especulativo do trader no mercado já passou, o custo de produção diminuiu, e por consequência, a margem está um pouco maior, então há otimismo. Nas projeções da Cresol, o próximo Plano Safra virá com condições de recursos mais favoráveis ao produtor.

Haverá ampliação de recursos equalizados para o pequeno e médio neste ano, e as taxas mais em conta tendem a ampliar o volume de recursos. No entanto, se a oferta total de crédito vai atender toda a demanda ou não, é outra questão. As cooperativas de crédito desembolsaram no total R$ 42,8 bilhões em financiamentos rurais nas linhas do Plano Safra 2022/2023 nos sete primeiros meses da temporada, ante R$ 34,6 bilhões em igual intervalo do ciclo anterior. O desempenho superou o dos bancos privados, que liberaram R$ 39,3 bilhões de julho do ano passado a janeiro último. Essa desconcentração do sistema financeiro favorece a todas as cooperativas de crédito. Essas instituições precisavam de um espaço maior na oferta de recursos, ocupando um espaço para oferecer um atendimento mais humanizado. Essa é uma tendência que veio para ficar e fazer o recurso chegar para quem realmente precisa. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.