13/Fev/2023

A conversa preliminar de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro, despertou nos norte-americanos a sensação de que a reunião entre os dois presidentes terá um tom construtivo. É de interesse do governo norte-americano construir uma relação sólida com o Brasil durante o governo Lula. Joe Biden, certamente, quer um relacionamento forte com o Brasil, especialmente depois da Cúpula das Américas do ano passado, que foi considerado como um dos piores fóruns multilaterais.

Realizada em Los Angeles, em junho de 2022, a Cúpula das Américas foi um evento esvaziado, que deixou claro o declínio da influência norte-americana. A decisão dos Estados Unidos de excluir Venezuela, Cuba e Nicarágua do fórum gerou boicote de outros países da região, como o México, importante parceiro dos norte-americanos. Os presidentes de El Salvador, Guatemala e Honduras também não compareceram. O cenário levou Biden a fazer uma inflexão na sua política de não se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e convidar o mandatário brasileiro para um encontro bilateral, o que garantiu a presença do Brasil na cúpula, que vinha sendo descrita por analistas como um fracasso. A intenção de criar um forte laço com o Brasil fará Biden colocar a discussão sobre a defesa da democracia no centro do debate, mas também dará espaço para outros assuntos, como meio ambiente e comércio.

Lula é uma voz forte sobre meio ambiente, em oposição a Bolsonaro, e Joe Biden também deve abrir questões como comércio e investimentos. Lula e Biden já conversaram por telefone duas vezes desde as eleições brasileiras. A primeira delas foi logo após o anúncio da vitória de Lula. A segunda aconteceu no dia seguinte aos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília, semelhantes ao episódio da invasão do Capitólio, em janeiro de 2021. A reunião dos presidentes foi acelerada por ambos os países desde a posse do brasileiro com a intenção de acenar ao mundo que os dois estão dispostos a combater a extrema-direita. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.