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10/Fev/2023

PT pressionando o Banco Central para baixar juros

A cúpula do PT quer enquadrar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e há quem defenda até mesmo sua substituição, sob o argumento de que a atual gestão à frente da autarquia pode levar o governo a uma crise política incontornável. Agora, dirigentes do partido não apenas endossam a pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central para reduzir a taxa básica de juros como avaliam que é preciso defender a reorientação da política monetária. Enquanto ministros tentam amenizar o confronto entre Lula e o Banco Central, deputados e senadores do PT aproveitam a controvérsia em torno da política monetária para disputar os rumos do governo com siglas aliadas de centro e centro-direita, na tentativa de impor uma linha “desenvolvimentista” à condução da economia.

No encontro de quarta-feira (08/02) com o Conselho Político da Coalizão, composto por partidos da base aliada do governo, Lula recebeu apoio na ofensiva contra o atual patamar de juros, hoje em 13,75% ao ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou do encontro e observou que, com juros de 13,75%, não há como fazer a economia girar. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tentou amenizar afirmando que o presidente Lula tem e sempre terá uma relação harmônica com o Banco Central. Todos no País querem juros mais baixos. Embora não tenham manifestado reparo à posição de Lula durante a reunião, integrantes do MDB e do União Brasil (partidos que, juntos, ocupam 6 dos 37 ministérios) avaliam que culpar o Banco Central pela crise econômica pode ter efeito contrário, interferindo tanto nas expectativas de inflação como no câmbio.

A presidente do PT defendeu uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) para reorientar a política monetária de acordo com a realidade econômica do País, que exige estímulo para crescimento, investimento e criação de emprego. Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, integram o CMN. A lei que prevê autonomia para o Banco Central, com mandato de quatro anos para presidente e diretores da autarquia, foi aprovada pelo Congresso há dois anos, no governo de Jair Bolsonaro (PL). O presidente do Banco Central pode ser dispensado em caso de comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos da autarquia. A exoneração, no entanto, precisa passar pelo Senado. Os aliados do governo não têm votos suficientes para aprovar a saída de Campos Neto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.