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09/Fev/2023

Dólar encerra em leve queda em uma sessão volátil

O dólar teve leve queda frente ao Real nesta quarta-feira (08/02), após uma sessão volátil marcada por comentários de várias autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), enquanto investidores locais continuaram atentos às tensões entre o governo brasileiro e o Banco Central. A moeda norte-americana fechou com variação negativa de 0,09%, a R$ 5,19, depois de ter avançado mais de 3% no acumulado das três sessões anteriores. O pregão foi marcado por instabilidade, e o dólar foi de RS 5,24 no maior patamar do dia (+0,86%) para R$ 5,16 no menor (-0,68%). A Toro Investimentos atribuiu essa volatilidade, em parte, a comentários recentes do chair do Fed, Jerome Powell, que na véspera não endureceu significativamente seu tom sobre a inflação, mas disse que o processo para fazer com que o ritmo de alta dos preços volte para perto da meta de 2% do banco central norte-americano levará bastante tempo.

Depois de Powell, vários de seus colegas do Fed falaram publicamente nesta quarta-feira (08/02), o que fez o dólar mudar de sinal várias vezes no mercado internacional de acordo com o tom adotado por cada um. O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, disse que o banco central dos Estados Unidos ainda tem mais altas de juros pela frente e precisará manter a política monetária restritiva por algum tempo. A autoridade Lisa Cook disse que o Fed está determinado a retornar à inflação à meta de 2% com novos aumentos nos juros, embora tenha ponderado que isso pode ser feito sem um grande avanço no desemprego e tenha destacado a força da economia. O diretor do Fed Christopher Waller afirmou que a inflação parece prestes a continuar desacelerando este ano, mas a batalha do Fed para atingir sua meta de 2% "pode ser uma longa luta".

No exterior, o índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares fortes devolveu tanto perdas quanto ganhos de mais cedo e rondava a estabilidade no final desta tarde, enquanto divisas arriscadas pares do Real, como dólar australiano, rand sul-africano e peso mexicano, operavam em baixa. Enquanto isso, diante de cenário de embates entre o governo brasileiro e o Banco Central, os mercados domésticos continuaram um cautelosos, depois que Lula defendeu que o Senado se mantenha "vigilante" com Roberto Campos Neto, o presidente da autoridade monetária, o que colaborou para o vaivém do dólar. Para a Capital Economics, Lula parece estar em guerra na busca por taxas de juros mais baixas e, agora ,tem a independência do Banco Central em sua mira. Se Lula conseguisse o que queria, a experiência do Brasil no início dos anos 2010 e de outros lugares do mundo emergente sugere que isso faria com que a inflação subisse e, em última análise, exigiria um longo período de altas taxas de juros reais mais adiante.

Em geral, uma taxa Selic alta costuma beneficiar o Real ao torná-lo mais atraente para uso em estratégias de investimento que buscam lucrar com diferenciais de juros entre economias. No entanto, quanto mais tempo os juros ficam elevados, mais eles tendem a prejudicar a atividade econômica do País, fator que também é levado em consideração por investidores estrangeiros na hora de montar suas carteiras. Para a Toro Investimentos, ainda há esperanças de ancoragem dos ativos brasileiros mesmo em meio à recente tensão entre governo e Banco Central. Às vezes o investidor estrangeiro continua colocando dinheiro no Brasil porque vê esses movimentos políticos mais como ruídos e não como fatos. Enquanto isso seguir, o País vai continuar vendo o estrangeiro segurando a performance tanto do Real quanto do Ibovespa. Mas, se em algum momento os investidores externos começarem a ver as críticas de Lula à independência do Banco Central como algo concreto, será muito mais prejudicial para o câmbio. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.