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08/Fev/2023

EUA quer restringir compra de terras por estrangeiros

Por mais de dois anos, o prefeito Brandon Bochenski de Grand Forks, na Dakota do Norte, apoiou os planos de uma empresa chinesa de construir uma unidade de processamento de milho de US$ 700 milhões nos arredores da cidade, citando a perspectiva de novos empregos, receitas adicionais de impostos e mais uma alternativa aos produtores para negociar o cereal. Mas, na semana passada, os planos de Bochenski mudaram, horas após a divulgação de carta de um oficial da Força Aérea norte-americana dizendo que o projeto ameaçava a segurança nacional pela proximidade com a Base Aérea de Grand Forks, a 12 milhas de distância (aproximadamente 19 Km). No dia 4 de fevereiro, as preocupações com a espionagem da China se aumentaram depois que um suposto balão de espionagem chinês foi identificado no espaço aéreo dos Estados Unidos e posteriormente abatido sobre o Atlântico.

O episódio em Grand Forks reflete as preocupações dos Estados Unidos em restringir a compra de terras ou empresas agrícolas norte-americanas por estrangeiros, especialmente da China. No Texas, uma proposta da câmara estadual propõe a restrição de compras de terras no estado por governos, empresas ou cidadãos da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia. No Congresso do país, parlamentares apresentaram projetos de lei bipartidários para aumentar a supervisão federal das compras propostas por estrangeiros ou bloquear completamente os mesmos países de comprar terras e empresas agrícolas dos Estados Unidos. A compra de terras agrícolas pelos chineses nos Estados Unidos aumentou significativamente nos últimos anos.

No fim de 2020, quase metade das propriedades por chineses estava no Texas, de acordo com um banco de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No geral, os números mostram que os investidores chineses (pessoas físicas, entidades estrangeiras ou empresas norte-americanas com acionistas estrangeiros) detinham mais de 338 mil acres no final de 2020, conforme o USDA, excluindo terras não agrícolas. No final de 2010, dez anos antes, apenas 75 mil acres pertenciam aos chineses. Ainda assim, a China possui pouco menos de 1% de todas as terras agrícolas dos Estados Unidos mantidas por estrangeiros, que no total tinham cerca de 3% de todas as terras agrícolas privadas no final de 2021, de acordo com o USDA.

Isso não representa uma porção substancial da produção de alimentos dos Estados Unidos para ameaçar a capacidade do país de se alimentar, segundo o Programa Global de Segurança Alimentar do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. No entanto, a posse de terras agrícolas dos Estados Unidos pela China ainda preocupa no sentido de que possa prejudicar os agricultores do país. O crescente conflito geopolítico entre os Estados Unidos e a China alimentou o interesse em proteger as terras agrícolas do país mesmo quando as economias agrícolas dos dois países estão interligadas. A China continua sendo o maior mercado para as exportações agrícolas dos Estados Unidos, tendo comprado quase US$ 36 bilhões em produtos agrícolas em 2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.