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03/Fev/2023

Dólar cai abaixo de R$ 5 com juros nos EUA e Brasil

O dólar se recuperou depois de ter sido negociado abaixo do nível de R$ 5,00 pela primeira vez em quase oito meses, mais ainda fechou no menor patamar desde agosto nesta quinta-feira (02/02), depois que uma nova desaceleração no ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos e a sinalização de juros elevados por mais tempo no Brasil pintaram um quadro de diferencial de taxas favorável à divisa doméstica. A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,35%, a R$ 5,0457 na venda, patamar de encerramento mais baixo desde 29 de agosto de 2022 (R$ 5,0330). O dólar caiu até 2,42%, para R$ 4,9408, mas se recuperou ao longo da tarde. O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes subia mais de 0,6%, um ajuste depois de o indicador ter caído para seu menor patamar em nove meses na véspera.

O tombo recente do dólar tanto no exterior quando no mercado local foi desencadeado em parte pela decisão da véspera do Federal Reserve de elevar sua meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual, uma desaceleração em relação a aumentos anteriores de 0,50 e até 0,75 ponto. Nos Estados Unidos há um otimismo em relação ao cenário inflacionário do país, enquanto o Federal Reserve vem reduzindo paulatinamente o ritmo de sua alta de juros. A ação do banco central mostra uma moderação. Ao mesmo tempo, o Banco Central do Brasil decidiu na quarta-feira (01/02) manter a Selic em 13,75% ao ano e indicou que as taxas permanecerão elevadas por mais tempo, ressaltando que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo para atingir as metas. Com os juros elevados por mais tempo, você acaba ancorando mais a moeda brasileira.

O diferencial de juros não é a única variável que afeta o desempenho da moeda, mas é um deles e, portanto, contribui para um dólar estável ou em queda. Quanto maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e internacionais, mais atraente fica o Real para uso em estratégias de carry trade, que consistem na contratação de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável. Com o Real nadando a favor da correnteza, a tendência para o mês de fevereiro é de que o dólar rompa definitivamente a barreira dos R$ 5,00 para baixo. Até agora em 2023, a divisa norte-americana cai 4,4% frente à brasileira. No acumulado de 2022, o dólar recuou 5,3% em relação ao Real. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.