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26/Jan/2023

Petrobras quer focar na transição energética limpa

Próximo de assumir o comando da Petrobras, o senador Jean Paul Prates começa a montar sua equipe e planeja criar uma nova diretoria dedicada à transição energética e energias renováveis. Se confirmada, esta seria a nona diretoria da empresa, e já teria um nome forte para assumir: o professor da UFRJ Maurício Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Prates já fez o convite a Tolmasquim, com quem trabalhou na transição de governo, mas ainda estão conversando. O especialista tem bom trânsito junto ao Partido dos Trabalhadores e é nome respeitado pelo mercado de energia. É possível que Tolmasquim não apareça na primeira lista de indicados. A leitura é que não haveria tempo hábil para modificar a estrutura executiva da empresa entre o início da gestão e as primeiras escolhas. Prates teria de assumir, tocar o negócio, para só depois fazer alterações mais profundas. A intenção seria fatiar as nomeações, para efetivá-las aos poucos, além de promover mudanças graduais na estratégia.

Isso teria o objetivo de sinalizar ao mercado que não há nenhuma revolução em curso, sobretudo em temas sensíveis, como a precificação de combustíveis. Quem espera mudanças bruscas vai ficar um pouco decepcionado. Prates tem expressado publicamente o desejo de transformar a Petrobras em uma empresa integrada de energia, com forte presença em energia eólica offshore, hidrogênio verde e biocombustíveis. O plano se aproxima da visão de Tolmasquim para a empresa. Ambos defendem que a petroleira brasileira siga o caminho da diversificação limpa trilhado pelas grandes empresas do setor, como a norueguesa Equinor, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell. Entre os mais de 70 projetos de eólica offshore protocolados junto ao Ibama, a estatal tem apenas um, em parceria com a Equinor, na bacia de Campos (Aracatu). Assim como Prates, Tolmasquim é defensor da modalidade e de investimentos maciços da petroleira para desenvolver usinas em alto mar.

O montante hoje previsto para investimentos em transição energética, até 2027, sobretudo biorrefino, é de US$ 4,4 bilhões, valor que deve aumentar significativamente sob a gestão de Prates. A revisão do plano estratégico da Petrobras é um dos objetivos do governo federal, com recomendação para acontecer ainda nos primeiros 60 dias de mandato, conforme relatório do grupo de transição. Junto com hidrogênio e tecnologias de captura de carbono, a eólica offshore já consta do último plano estratégico da Petrobras como possibilidade de diversificação rentável, mas ainda em etapa de estudos. Trata-se de um esforço hoje atribuído à diretoria de relacionamento institucional e sustentabilidade, que tende a ficar pequena para os planos da gestão que se aproxima. Daí a necessidade de diretoria específica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.