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25/Jan/2023

Dólar registra recuo pela segunda sessão seguida

O dólar caiu ante o Real nesta terça-feira (24/01), apoiado pela entrada de recursos estrangeiros no Brasil e tendo estendido as perdas junto com o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior. O dólar fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,14. É o segundo recuo diário seguido após o dólar ter acumulado alta de 1,98% na semana passada. Segundo a Órama, os investidores estrangeiros, no geral, estão olhando o Brasil como uma oportunidade neste momento e está entrando dólar. Os agentes financeiros vêm atribuindo essa atração de recursos ao Brasil, principalmente, à perspectiva de que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos esteja próximo do fim e à reabertura da China.

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) realiza reunião na semana que vem e a expectativa majoritária no mercado é de alta de 0,25%, o que representaria nova redução no ritmo de aperto monetário. Segundo o Rabobank, o quadro externo é fator predominante para essa entrada de recursos no País. Ainda assim, o investidor de fora do País vê a cena doméstica entre otimista e em compasso de espera. O dólar operava em leve queda ante uma cesta de moedas fortes. Houve movimento semelhante frente aos principais pares emergentes do Real, contra os quais a divisa norte-americana negociava, em geral, estável ou com perdas.

Segundo a Nova Futura Gestora, o mercado está reagindo à queda do dólar no exterior e ao apetite de risco em relação ao Brasil. Internamente, o índice de inflação IPCA-15 subiu 0,55% em janeiro em comparação a dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alta maior do que a de 0,52% esperada pelo mercado. O Itaú destacou resultado acima do esperado e disse que a leitura trouxe viés altista para o IPCA fechado de janeiro e para o IPCA do ano. Além disso, anúncio da Petrobras de que subirá em 7,5% os preços de venda da gasolina a distribuidoras a partir desta quarta-feira (24/01) deve impactar nos índices fechados de janeiro.

Do outro lado, porém, o Itaú apontou para desaceleração em núcleo subjacente para serviços e industriais. Os núcleos de inflação são leituras que levam em conta apenas alguns segmentos de preços na tentativa de encontrar uma tendência. Eles são olhados de perto pelo Banco Central (BC) para sua análise de política monetária. Para a Órama, a leitura no mercado de que o número do IPCA-15 foi um pouco pior por itens que não são cotidianamente importantes, como emplacamentos, pode ter ajudado a limitar os efeitos do dado econômico no preço do câmbio. A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Argentina também foi acompanhada de perto.

Declarações de Lula nesta semana sobre o desenvolvimento de moeda comum com o país vizinho e medidas para bancos estatais criaram algum ruído entre analistas de mercado e investidores, mas sem reflexo aparente no preço do dólar. Na semana passada, falas de Lula sobre medidas econômicas, incluindo alterações no salário-mínimo e no Imposto de Renda, e críticas à independência do Banco Central e à atual meta de inflação, pressionaram o Real. Nesta quarta-feira (25/01) é de feriado na cidade de São Paulo, devido ao aniversário da capital paulista, mas as negociações serão normais na B3. Parte dos mercados asiáticos continua fechada, incluindo na China, devido às comemorações ligadas ao Ano Novo Lunar. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.