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25/Jan/2023

Moeda Brasil-Argentina: uso no comércio bilateral

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, reiterou que a adoção de uma moeda comum com o Brasil não significa abrir mão da moeda de cada um dos países. A decisão dos dois governos é começar a trabalhar, dar um primeiro passo no longo trajeto necessário percorrer com o objetivo de uma moeda comum dos dois países e com convite para outros países da região. De acordo com Massa, a moeda única seria um instrumento para aprofundar o sistema de comércio entre os dois países e o Mercosul. O objetivo proposto é não ficar atrelado aos choques externos que possam apresentar o dólar, o euro, em função dos problemas econômicos dos outros países ou das outras regiões ou situação de guerra que vivemos ao longo dos últimos 12 meses. Brasil e Argentina terão um acordo envolvendo Banco do Brasil e Banco de La Nación com um esquema de garantia. O montante será anunciado pelo Ministério da Fazenda do Brasil, que irá permitir centralmente acelerar o processo de fornecimento e exportação de empresas do Brasil para a Argentina e o processo de suprimento de empresas argentinas com empresas brasileiras.

O ministro destacou ainda o que chamou de "desafio" de levar o gás de xisto de Vaca Muerta para o Brasil. Como informou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o financiamento do gasoduto pode ser feito via BNDES. O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, reiterou a empresários em Buenos Aires que não há qualquer projeto de adotar uma moeda única entre Brasil e Argentina, como chegou a circular nas redes sociais. Trata-se, na verdade, de estudar uma moeda comum entre os dois países para transações financeiras e comerciais, visando reduzir a dependência do dólar. Isso gerou uma enorme confusão, inclusive na imprensa brasileira e internacional. Não se trata da ideia do governo anterior de uma moeda única, se trata de avançar nos instrumentos previstos e que não funcionaram a contento, pois nem pagamento em moeda local e nem os CCRs dão hoje uma garantia de que é possível avançar no comércio da maneira como pretendem os presidentes dos dois países.

Ao longo da exposição a empresários, Haddad afirmou ainda que o Brasil está em situação privilegiada para atrair investimentos produtivos, com condições únicas e dentro de uma via sustentável. Haddad, voltou a afirmar que o Banco do Brasil não vai tomar qualquer risco nas operações de crédito para o financiamento de exportações. Segundo ele, um fundo garantidor será criado para garantir as cartas de crédito emitidas pelo banco público para os exportadores. O fundo vai garantir o risco de conversibilidade entre o peso e o Real. O sistema de garantias com a Argentina será iniciado em fevereiro. O ministro afirmou que o Banco do Brasil não vai tomar risco nenhum nessa operação de crédito de importação. Haverá um fundo garantidor, que é um fundo soberano, que vai garantir as cartas de crédito emitidos pelo o Banco do Brasil para os exportadores. Nem o banco argentino que tiver financiando o importador e nem o Banco do Brasil, que estiver garantindo o exportador, estão envolvidos no risco. Por isso, o governo está negociando um sistema de garantias da Argentina com o Brasil.

É preciso pensar em garantias para evitar o risco de default. O prazo de 30 dias não é suficiente para importador e bancos argentinos financiarem importações. Haddad também voltou a afirmar que uma moeda comum fortalecerá o comércio entre os países, fator de independe da situação cambial da Argentina. Segundo o ministro da Fazenda, o Brasil está perdendo mercado para China por condições de crédito e uma moeda única seria uma modalidade de pagamento. Ele também voltou a descartar a unificação monetária do Mercosul nos moldes da União Europeia, que tem o euro como moeda única. O presidente Lula prometeu elevar o comércio bilateral com o país vizinho a US$ 40 bilhões por ano. No ano passado, o Brasil exportou US$ 15,3 bilhões para a Argentina e importou US$ 13 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.