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24/Jan/2023

Moeda Brasil-Argentina: baixo impacto no comércio

A MB Agro avalia que a unidade de conta sul-americana, uma espécie de moeda comum estudada pelos governos brasileiro e argentino, pode facilitar o comércio entre os países em termos práticos, mas tende a ter efeitos limitados em aumento dos volumes de produtos agrícolas comercializados pelos países. A proposta parece ser de uma moeda digital para comércio entre os dois países, o que pode ter algum efeito, em termos práticos, de facilitar o comércio. Mas, hoje, o limitador para o crescimento desse comércio é o fato de a Argentina ter baixa reserva cambial e, por isso, limitar as compras externas, além da demanda interna arrefecida.

Essa eventual facilitação de comércio pode ser favorável na importação de trigo argentino pelas indústrias brasileiras, principal produto da balança comercial de exportação da Argentina para o Brasil, mas não haverá impacto no volume internalizado pelo Brasil. O País já importou praticamente tudo que precisa de trigo da Argentina, a não ser que haja quebra de safra. Não deve haver aumento do patamar atual, já que o Brasil importa para fechar balanço de consumo doméstico. Agora, tudo que é para facilitar o comércio, mas se efetivamente ajudará as relações comerciais ainda será preciso observar. Já há taxações favoráveis ao comércio entre os países por integrarem o Mercosul, como a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC), de 10%, para trocas comerciais.

Na exportação de produtos agrícolas brasileiros para a Argentina, o efeito pode ser ainda mais limitado, já que Brasil e Argentina são concorrentes na pauta agrícola, com ambos sendo grandes exportadores de commodities. No agro, Brasil e Argentina são muito mais competidores do que parceiros. A exportação Brasil-Argentina geralmente é concentrada em industrializados, como carros e frango, e baseada na importação de trigo, arroz e milho. A Argentina é uma grande exportadora de grãos. Não faz sentido comprar soja ou outros grãos do Brasil. No caso do frango, o aumento da exportação depende muito da economia argentina. Primeiro, precisa haver demanda local e situação que tenham necessidade de importar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.