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20/Jan/2023

Davos mostra reinserção do Brasil no cenário global

O Brasil está de volta ao jogo. Essa é uma das conclusões do Fórum Econômico Mundial, em Davos, que nesta edição retornou ao cenário de neve e frio dos Alpes suíços. Enquanto a participação brasileira foi marcada por uma preocupação com os atos antidemocráticos em Brasília e o futuro fiscal e ambiental do País, no cenário global, pesam temores de recessão global e riscos geopolíticos com a guerra na Ucrânia. Segundo o BTG Pactual, diante desse mundo em reestruturação, o Brasil tem uma oportunidade única de se reposicionar. O Brasil tem tudo para o investidor global vê-lo como um mercado atrativo. Tem escala, institucionalidade, tem uma certa previsibilidade e, nesse contexto geopolítico do mundo, se apresenta com qualidades que são muito fortes. Os rostos do Brasil em Davos foram os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva.

Os dois se dividiram em uma agenda intensa de reuniões com investidores internacionais, banqueiros, empresários, representantes de organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de representantes dos Estados Unidos e de países europeus. Segundo Haddad, o grau de preocupação da comunidade internacional com o Brasil (por causa dos atos em Brasília) era grande. A agenda cheia de Haddad foi bem-vista nos corredores de Davos. A leitura foi a de que o ministro está aberto ao diálogo e disposto a ouvir. Para Bradesco, é um momento importante para o Brasil. Esse novo ambiente democrático ensejou uma diplomacia ambiental que está sendo reconhecida. Basta olhar para as agendas e pela inserção que a Marina Silva tem tido e o Haddad, que pela importância da economia, discutiu problemas fiscais de uma maneira muito aberta, democrática, extremamente serena na discussão.

Dentre suas principais mensagens, o ministro brasileiro destacou a defesa à democracia e o seu objetivo de encaminhar o diálogo de uma nova âncora fiscal e a reforma tributária até abril. Investidores internacionais sentiram falta, porém, de mais detalhes quanto ao instrumento que vai substituir o teto de gastos. Apesar disso, houve consenso de que o Brasil conseguiu voltar à agenda internacional. O Brasil foi reintroduzido de fato. Há uma visão muito mais positiva em relação ao Brasil. isso ficou muito evidente. A agenda ambiental foi determinante para a reinserção do Brasil, com Marina Silva sendo considerada uma das estrelas do Fórum de Davos. A ministra do Meio Ambiente cobrou mais apoio financeiro da comunidade internacional para a pauta verde brasileira, em especial para a proteção da Amazônia. Dentre os interessados em aportar recursos, estão a Fundação Bezos, e a criada pelo ator Leonardo DiCaprio, que estaria tentando levantar US$ 100 milhões para o Fundo Amazônia.

Mais do que só cobrar apoio, como fazia o governo de Jair Bolsonaro, Marina Silva admitiu a necessidade de o Brasil fazer o dever de casa na agenda socioambiental. Segundo Marina, há uma boa regulação global, instrumentos suficientes no âmbito dos Estados Nacionais, as empresas têm capacidade de compreender e estabelecer medidas para fazer o enfrentamento dos problemas. O que falta é ter mais ambição ao compromisso e liderar pelo exemplo. Embora o Brasil esteja de volta ao jogo global, as grandes potências, como os Estados Unidos, a Europa e a China, seguem roubando a cena em fóruns como o de Davos. Neste momento, pesam, sobretudo, preocupações com o risco de recessão no mundo em meio à necessidade de mais elevações de juros para controlar a inflação alta e ainda os impactos geopolíticos da guerra na Ucrânia. O mundo ainda está muito "voltado a si mesmo", focando mais nas questões que envolvem os países da região Norte e muito pouco às nações do Sul. Se falou muito de geopolítica, recessão, mas a questão da polarização política que está havendo no mundo, e no Brasil, é preocupante. Essa polarização não é boa para ninguém. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.