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20/Dez/2022

Crédito de Carbono: BB mapeia propriedades rurais

O Banco do Brasil (BB) tem mapeadas 100 propriedades rurais no Brasil que podem gerar créditos de carbono através de áreas de mata preservada, e deve assinar contratos ao longo do primeiro semestre do ano que vem. Até aqui, o banco já comercializou 15 milhões de créditos a clientes que buscam compensar emissões, como o banco público gaúcho Banrisul. E vê potencial para ir além. Hoje, os projetos compensam financeiramente para o banco em propriedades com extensão a partir de 10 mil hectares. E quanto mais esse assunto ganhar uma dinâmica de tecnologia no futuro, mais áreas vão poder entrar, segundo o presidente do BB, Fausto Ribeiro. Quando houver satélites, fotos com uma resolução maior, algoritmos que possam fazer a medição da área de modo automático, o preço cairá significativamente. O BB tem feito contratos para que produtores rurais clientes da instituição gerem créditos de carbono a partir de suas propriedades. É possível gerar os créditos a partir de áreas de floresta nativas que excedam às reservas legais. Esse crédito pode ser comprado por empresas que queiram (ou precisem) compensar emissões de carbono geradas por suas atividades, por exemplo.

Em busca de maior eficiência no processo, o banco tem investido em pesquisa com empresas e estudantes através de laboratórios em diferentes locais do País. Por outro lado, tem tecnologias que podem facilitar o processo no futuro, como o Mappiá, de monitoramento de áreas cultivadas. Quando a tecnologia evoluir, isso ganha dinamismo e velocidade, e uma precisão maior que a de um ser humano. Ribeiro, que assumiu o banco em 2021 e elencou 10 áreas estratégicas para sua gestão, diz que a sustentabilidade se tornou a 11ª. Segundo ele, na agenda ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança, que o BB traduz para ASG), a área ambiental era a menos desenvolvida, mas a participação em foros internacionais, como a COP 26, fez com que o banco entendesse que havia uma oportunidade junto aos clientes do agronegócio - que estava sendo perdida. O mercado de créditos de carbono, no Brasil, é disputado por empresas especializadas, algumas com investimento de bancos, como a Waycarbon, que tem o Santander entre seus sócios.

Ao atuar nesse mercado diretamente, o BB utiliza de uma vantagem importante: líder no financiamento ao agronegócio no País, não precisa se apresentar aos produtores. Uma empresa como o Banco do Brasil estar por trás do processo traz mais credibilidade, segundo o presidente da instituição. Primeiro, o banco tem o relacionamento com a agricultura. Segundo, porque a marca é forte. Em setembro, o banco assinou os três primeiros contratos para a originação dos créditos de carbono, no primeiro fruto de um mapeamento da base de clientes para encontrar oportunidades. Essas oportunidades podem aumentar nos próximos anos, à medida que esse mercado amadurece. As plantações também capturam carbono durante o cultivo, ainda que em menor escala que a mata nativa. A própria reserva legal pode entrar nessa conta, aumentando a geração de crédito para os proprietários. Esse mercado ainda está no início. Tem uma geração de negócios na casa dos R$ 15 bilhões só nessa questão da adicionalidade excedente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.