ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

15/Dez/2022

Inflação: alimentos pressionando os mais pobres

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as famílias de renda muito baixa sentiram mais o aumento nos preços da economia em novembro do que as de renda alta, especialmente pelo aumento de gastos com alimentos, aluguel e energia elétrica. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação de novembro foi de 0,33% para o segmento de renda muito baixa e de 0,27% para o grupo de renda alta. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses alcançou 7,14% na faixa de renda alta, e ficou em 6,38% na faixa de renda muito baixa. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de 0,59% em outubro para 0,41% em novembro. A taxa acumulada em 12 meses foi de 5,90% em novembro. No caso da faixa de renda muito baixa, os pontos de maior pressão inflacionária vieram do grupo alimentação e bebidas, seguido pela habitação.

Para as quatro faixas de renda intermediárias, em que pese a contribuição dos alimentos, o maior impacto veio do grupo transportes. Por fim, a decomposição da inflação da classe de renda alta mostra que, além dos alimentos, o grupo saúde também pressionou a alta dos preços destas famílias. O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 1.726,01 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 17.260,14, no caso da renda mais alta. No mês de novembro, houve queda nos preços de leites e derivados (-3,3%) e de aves e ovos (-0,51%), mas os aumentos dos tubérculos (10,1%), cereais (0,97%), frutas (2,9%), farináceos (1,1%) e panificados (0,73%) contribuíram para a inflação percebida, sobretudo, pelas famílias de menor poder aquisitivo. Ainda para o segmento das famílias de menor renda, os reajustes dos aluguéis (0,80%) e da energia elétrica (0,56%) explicam o impacto inflacionário causado pelo grupo habitação.

No caso dos transportes, o principal ponto de pressão veio da alta dos combustíveis, especialmente da gasolina (3,0%) e do etanol (7,6%), cujo impacto foi relativamente maior para as famílias de renda média, tendo em vista o peso desse item em suas cestas de consumo. Para a classe de renda alta, além do peso um pouco menor dos combustíveis, a queda das passagens aéreas (-9,8%) e das tarifas de transporte por aplicativo (-1,5%) contribuiu para aliviar a pressão inflacionária exercida pelo grupo transportes. Ainda em relação à classe de renda alta, observa-se que, mesmo diante das deflações dos produtos farmacêuticos (-0,16%) e dos artigos de higiene (-0,98%), o aumento de 1,2% dos planos de saúde fez com que, ao contrário do ocorrido nos segmentos de renda mais baixa, o grupo saúde exercesse contribuição inflacionária altista em novembro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.