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14/Dez/2022

Dólar estável com preocupações fiscais domésticas

O dólar devolveu praticamente todas as suas perdas frente ao Real nesta terça-feira (13/12) e fechou perto da estabilidade, apesar do bom humor externo, após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmar Aloizio Mercadante como novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A moeda norte-americana fechou com variação negativa de 0,04%, a R$ 5,30, bem distante do menor patamar do dia, quando chegou a recuar 1,31%, a R$ 5,24. Ao informar que Mercadante assumirá o BNDES, Lula afirmou que o objetivo foi buscar um nome que pense em desenvolvimento e em reindustrializar o País. Além disso, para agravar o descontentamento dos mercados financeiros, o presidente eleito frisou que seu governo não privatizará empresas públicas. Imediatamente após esses comentários, o dólar, que vinha de queda considerável, chegou a subir 0,46%, a R$ 5,33. Segundo a Nova Futura Gestora, não são os nomes, nem as questões teóricas. Isso tudo sinaliza a opção pela Nova Matriz Econômica que levou o Brasil à breca no segundo governo Dilma.

Nova matriz econômica é um termo comumente usado em referência a medidas heterodoxas e de caráter desenvolvimentista adotadas a partir de 2011 pelo governo Dilma Rousseff, sob a liderança do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A confirmação das especulações de que Mercadante seria o escolhido de Lula para chefiar o BNDES veio pouco depois da definição de outro cargo importante na equipe econômica do governo eleito, com o anúncio pelo futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad de que o economista Gabriel Galípolo será seu secretário-executivo, número dois na hierarquia da pasta. Segundo o Banco Mizuho, o mercado não reagiu muito especificamente à nomeação de Galípolo. De certa forma ele já estava sendo esperado, é mais para ter uma interlocução com o mercado, mas em termos de ideias Galípolo não parece muito diferente de o que o Haddad pensa. O resumo do pregão desta terça-feira (13/12) é que as preocupações fiscais domésticas estão se sobrepondo ao bom humor externo.

O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes despencava quase 1%, abatido por dados de inflação norte-americanos mais baixos do que o esperado que reforçaram esperanças de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) moderará seu ritmo de aperto monetário. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou nesta terça-feira (13/12) que o índice de preços ao consumidor subiu 0,1% no mês passado, após avanço de 0,4% em outubro. Economistas projetavam alta de 0,3%. Para a TAG Investimentos, a leitura abaixo do esperado sem dúvida deve ser vista como uma notícia positiva de curto prazo e pode dar sustentação ao mercado em um fim de ano sazonalmente mais positivo e com posição técnica saudável. No entanto, a inflação de serviços e as pressões de salários, que tendem a ser mais inerciais, continuam preocupantes nos Estados Unidos, de forma que a leitura de preços ao consumidor ainda seria compatível com uma alta de juros de 0,50% pelo Fed nesta semana, custos de empréstimo terminais em torno de 5% e juros mais altos por mais tempo. O Federal Reserve encerra sua reunião de política monetária nesta de quarta-feira (14/12). Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.