13/Dez/2022

O dólar avançou nesta segunda-feira (12/12) e fechou acima da marca de R$ 5,30, acompanhando o tombo do Ibovespa após notícias colocarem o economista Aloizio Mercadante como cotado a assumir o comando do BNDES ou da Petrobras, enquanto operadores elevaram a cautela antes da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) desta semana. O dólar subiu 1,26% e fechou a R$ 5,31, maior valorização diária desde o dia 5 de dezembro (+1,35%) e patamar de encerramento mais alto desde 28 de novembro (R$ 5,36). Segundo a Correparti Corretora, a alta do dólar refletiu movimento de busca por proteção interna com o mercado insatisfeito com Fernando Haddad no Ministério da Fazenda e por boatos do nome de Aloizio Mercadante para a presidência da Petrobras.

A CNN informou no domingo (11/12) que Aloizio Mercadante estaria sendo cotado para assumir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo disse que o economista estaria mais propenso a comandar a Petrobras. Questionado, Mercadante se recusou a responder se será indicado para comandar algum ministério ou estatal no próximo governo e disse desconhecer qualquer iniciativa por parte do governo eleito de alterar a Lei das Estatais, que impede a indicação de pessoas com vínculo recente a partidos políticos para cargos de diretoria e presidência desse tipo de organização. Segundo participantes do mercado, a nomeação de Mercadante para ocupar o comando de alguma estatal sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito, com expansão do gasto público para impulsionar o crescimento, o que derrubou o Ibovespa em cerca de 3% nesta segunda-feira (12/12).

Os rumores sobre o comando de estatais vêm depois que Lula confirmou na semana passada que o próximo Ministro da Fazendo do Brasil será o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, nome visto pelos mercados como inclinado a flexibilizações fiscais. A Geral Asset afirmou que, até que estejam definidos todos os escolhidos de Lula para cargos importantes, a cada nome que sair o mercado vai acabar especulando, embora tenha citado outros fatores por trás da força do dólar nesta segunda-feira (12/12), como a maior cautela antes da reunião de política monetária do Fed, que começa nesta terça-feira (13/12) e encerra na quarta-feira (14/12). Há ampla expectativa no mercado de que o Federal Reserve desacelerará o ritmo de seu aperto monetário para alta de 0,50% nos juros, depois de promover altas de 0,75% em cada uma de suas últimas três reuniões.

Para o BTG Pactual, como não se espera surpresa na decisão, a comunicação será grande foco do mercado durante as reuniões. Mesmo após surpresas baixistas recentes nos principais indicadores de inflação, não há espaço para uma mudança expressiva no tom quanto a necessidade de ancorar as expectativas de inflação nos Estados Unidos. Há pouco espaço para mudar o balanço de risco, sobretudo com os dados econômicos surpreendendo positivamente. Quanto mais agressivo é o Fed na conduta de seu aperto monetário, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa norte-americano. Mas, o oposto também vale, e posicionamentos mais brandos do banco central dos Estados Unidos geralmente abrem espaço para a valorização de divisas consideradas arriscadas. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.