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13/Dez/2022

Articulação de nomes para Ministério da Agricultura

O PSD intensificou nos últimos dias a articulação em prol do senador Carlos Fávaro (PSD) para o Ministério da Agricultura no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Fávaro participou de reunião recente da legenda com o presidente eleito e da diplomação de Lula nesta segunda-feira (12/12). Ele está entre os dois ministeriáveis almejados pelo partido. Os nomes e pastas estão sendo negociados pelo deputado federal Antônio Brito (PSD/BA). Tudo está caminhando mais para o nome de Fávaro. Ele tem apoio do seu partido e o PSD está disposto a apoiar pautas do governo, tanto na Câmara quanto no Senado, o que é importante. O aval ao nome de Fávaro já foi dado pelo presidente da sigla, Gilberto Kassab, à presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e ao coordenador técnico da equipe de transição, Aloizio Mercadante.

A decisão final passa pela escolha direta de Lula. Internamente, o Partido dos Trabalhadores tem predileção pelos ex-ministros da Agricultura do governo Dilma, deputado federal Neri Geller (PP-MT) e pela senadora Kátia Abreu (PP-TO). Nos bastidores, a expectativa é de que o futuro ministro da Agricultura seja anunciado nesta terça-feira (13/12), assim como foi no primeiro mandato de Lula, quando o nome de Roberto Rodrigues foi indicado em 13 de dezembro de 2002. Fávaro teve um forte custo político em coordenar a campanha presidencial do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso, seu Estado. Em Mato Grosso, Bolsonaro teve 65% dos votos. Fávaro teve uma exposição muito grande com o seu eleitor nato, que são os agricultores. A indicação ao Ministério da Agricultura seria importante para o Estado. Até então, um dos principais obstáculos para a escolha de Fávaro apontado por lideranças petistas era a sua suplente, a empresária Margareth Buzetti (PP-MT), que declarou voto e liderou movimentos de mulheres em Mato Grosso em favor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Blairo Maggi (ex-ministro da Agricultura) já fez intermediação com Margareth e ela ajudará em votações importantes para o governo. Kassab convidou Buzetti para integrar o PSD, a fim de estar em uma sigla próxima ao futuro Executivo. Buzetti afirma que é preciso aguardar as coisas acontecerem para um posicionamento, mas confirmou que estaria disposta a mudar de partido, caso Fávaro seja indicado. Uma ala do PT, ligada à direção nacional, estuda "bancar o mal-estar" político de uma eventual indicação do deputado federal ex-ministro da Agricultura Neri Geller (PP-MT). O mal-estar deve-se ao fato de que Geller teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e decretada inelegibilidade por oito anos, por irregularidades na campanha eleitoral de 2018. O caso aguarda julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mercadante, Alckmin e Gleisi entendem que não existe problema jurídico para Neri Geller assumir cargo público e que o problema político poderia ser superado. A proximidade de Geller com o presidente da Câmara dos Deputados e companheiro de partido, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), também é vista com bons olhos pelo PT e como importante instrumento para interlocução com deputados federais. O fato de ele estar no PP não é um empecilho. Isso poderia passar por acordo político com compensação de apoio em votações importantes. O nome de Kátia Abreu segue sendo defendido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e por aliados dela que defendem uma mulher à frente da pasta. Segundo uma fonte que acompanha a articulação, não é descartada uma eventual troca partidária de Kátia Abreu para facilitar uma eventual negociação. Ela é muito próxima a Lula e foi fiel à Dilma Rousseff em todo o processo de impeachment. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.