13/Dez/2022

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgou nesta segunda-feira (12/12) novo relatório, projetando queda do PIB real global de 5,7% em 2021 e de 3,3% em 2022. A desaceleração na economia deve acompanhar o movimento do comércio de bens e serviços. O crescimento do PIB nos países menos desenvolvidos ficou abaixo da meta anual de crescimento per capita de 7% definida pela ONU. Os 46 países menos desenvolvidos tiveram crescimento real do PIB de apenas 2% em 2021, abaixo até mesmo da média global registrada no mesmo ano (5,7%).

O crescimento das exportações de mercadorias deve cair pela metade, de 26,5% registrado em 2021 para 13,8% neste ano. A diversificação nas exportações permaneceu baixa em 2021, sendo que Ásia Ocidental e o Norte da África tiveram a cesta de mercadorias menos diversificada, seguidos pela Oceania e pela África Subsaariana. As exportações de serviços, incluindo transportes e viagens, apresentam desaceleração menos acentuada, de 17,2% para 14,6%. Apesar do bom desempenho de serviços em 2021, o valor das exportações (US$ 6,1 trilhões) ainda permaneceu abaixo dos níveis pré-Covid-19 (US$ 6,3 trilhões em 2019).

Países em desenvolvimento, principalmente na África, registraram superávit comercial, refletido por um déficit comercial cada vez maior nas economias desenvolvidas. O comércio entre países em desenvolvimento e nações desenvolvidas contabilizou US$ 8 trilhões, superando os negócios somente entre países em desenvolvimento (US$ 5,4 trilhões). Em 2021, os preços de commodities primárias dispararam 55%, tendência que continuou neste ano com preços atingindo no mês de agosto o nível mais alto das últimas três décadas. A inflação acompanhou a disparada, especialmente na África, onde preços ao consumidor saltaram 22% em 2021, e na América Latina e Caribe, onde os preços cresceram 15%.

O relatório ainda traz estatísticas sobre o crescimento populacional, registrando que a população global atingiu 8 bilhões em novembro de 2022, com aumento nos índices de dependência (54 pessoas dependentes para cada 100 trabalhadores). Dados oportunos e de qualidade são críticos agora mais do que nunca, pois crises globais simultâneas testam a resiliência. Essas estatísticas ajudarão os países a tomar medidas políticas baseadas em evidências para amortecer o golpe da crise global sobre os mais vulneráveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.