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08/Dez/2022

Energia: CCEE lança o 1º Certificado de Hidrogênio

Tendo como meta o desenvolvimento de mercados de energias eficientes, inovadoras e sustentáveis, a Câmara de Comércio de Energia Elétrica (CCEE) lançou nesta quarta-feira (07/12) o seu Certificado de Hidrogênio. Trata-se do primeiro documento que atestará no Brasil a origem da produção do combustível a partir de fontes de baixa emissão de carbono. O Certificado é ainda um projeto piloto, mas ao longo de 2023 será desenvolvido um produto já sustentável para essa certificação. Isso tudo está alinhado com o propósito de desenvolver mercados de energias eficientes, inovadoras e sustentáveis em benefício do País e da sociedade. A certificação é fundamental para incentivar a confiança dos investidores na geração do hidrogênio que será o combustível da transição energética em nível mundial. O Brasil tem sido protagonista na produção deste combustível.

Em 2020 e no começo de 2021, quando o Brasil enfrentou uma forte crise hídrica, a energia produzida no País veio da queima de combustíveis fósseis. Mas, a partir do primeiro trimestre deste ano, 92% de toda a energia que foi produzida no Brasil foi de fonte renovável: de hidrelétrica, de biomassa de cana-de-açúcar, eólica ou solar. Isso mostra que o Brasil é um país diferenciado e não pode perder essa oportunidade. O setor hidrogênio não terá muita utilização na produção de energia elétrica, mas contrário. O setor elétrico está habilitado para produzir o hidrogênio para exportação e uso de outros segmentos industriais. Esse é um momento único para o Brasil. O setor elétrico tem a oportunidade de ser protagonista nessa transição energética. O País está entrando agora em um momento de maior abundância hidrológica. Haverá menos vento, menos insolação e menos cana-de-açúcar.

Mas, a partir de maio e junho, começa o período seco, em que inicia as safras de ventos, de cana-de-açúcar e a insolação. É preciso usar toda essa diversidade para fazer a conexão destas fontes. O Banco Mundial (Bird) afirmou ser importante falar de certificação de hidrogênio. O mundo precisa de uma transição, o que significa firmar compromisso com emissão zero de carbono até meados do século atual por causa da crise climática que o planeta enfrenta. Há muitos pilares, mas será preciso de muito mais energias renováveis, eficiência energética e eletrificação em vários setores. Porém, isso não é suficiente. É preciso uma solução para setores que são mais difíceis de descarbonizar, como as indústrias intensivas em energia e transporte de carga. É aqui que o hidrogênio e seus derivados entram em ação. Há iniciativas para produção de hidrogênio em vários países, como o Chile, na América Latina, e padrões de certificações que entraram na agenda da COP-27.

No entanto, a produção de hidrogênio hoje é de cerca de 100 milhões de toneladas por ano, sendo que 98% deste total é produzido de combustíveis fósseis. Apenas 1% do hidrogênio é produzido a partir da queima de gás natural e carvão mineral, o chamado hidrogênio azul e 1% é hidrogênio verde, e grande parte é um subproduto de eletrólise, da produção de cloro. Há muitas estratégias e todas elas estão de acordo com a tendência de aumento do uso de hidrogênio. É preciso mudar o jeito que se produz hidrogênio atualmente. As projeções são de que no futuro seja possível ter um terço de hidrogênio azul e dois terços de hidrogênio verde. O Bird está envolvido no desenvolvimento da economia verde na América Latina. No Brasil, a cooperação está concentrada no trabalho com o estado do Ceará, para avançar na estrutura legal, com desenvolvimento da produção do hidrogênio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.