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08/Dez/2022

PIB do Agronegócio praticamente estável em 2023

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê de estabilidade a crescimento de 2,5% para o PIB do agronegócio em 2023 na comparação com o previsto para este ano. Os elevados custos de produção, que tendem a se manter no ano que vem, e a perspectiva de arrefecimento dos preços internacionais das commodities agrícolas tende a limitar o desempenho do setor no próximo ano. O resultado, contudo, se confirmado, representará uma recuperação frente ao desempenho esperado para o setor para este ano. A entidade prevê queda de 4,11% no PIB do agronegócio deste ano, após ter registrado recordes em 2020 e 2021.

A retração deve-se principalmente à forte alta dos custos com insumos, sobretudo ao aumento de preços de defensivos e fertilizantes, que subiram mais de 100% neste ano. A menor produção de soja e de cana-de-açúcar também pesou sobre o PIB da agropecuária em 2022. Para o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária, que mede o faturamento da atividade agropecuária (dentro da porteira), a CNA espera aumento de 1,1% no próximo ano em relação ao atual. O menor ritmo de expansão do setor será motivado, especialmente, pelo desempenho da pecuária, que tende a ter uma receita 2,3% inferior em 2023 que a de 2022. Neste ano, o VBP deve alcançar R$ 1,3 trilhão em 2022, 2,2% superior ao observado no ano passado.

A receita do setor agrícola tende a aumentar 3,3% ante 2021, para R$ 909,3 bilhões. Na pecuária, o faturamento deve ficar estável, com variação positiva de 0,1%, alcançando R$ 448,5 bilhões. As cadeias produtivas que mais influenciam no VBP são a soja, a carne bovina e o milho, que juntos representam 58,4% do total do VBP da agropecuária. O próximo ano tende a ser de margem de lucro menor para o setor agropecuário com redução de receita para o produtor rural e alta dos custos de produção na atividade. A entidade aponta que as incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal devem afetar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias.

A taxa Selic deve se manter elevada no próximo ano, acarretando mais custo para o crédito para consumo, custeio e investimento. E o crédito privado deve se consolidar como alternativa para o produtor financiar sua produção nas próximas safras. A safra de grãos 2022/2023 tende a subir 15,5% (ou 42 milhões de toneladas) em relação à temporada 2021/2022, para um total de 313 milhões de toneladas. O aumento reflete a elevação na área plantada no atual ciclo, estimada em 76,8 milhões de hectares. Para a soja, principal cultura agrícola, a projeção de alta é de 4% na área plantada com a oleaginosa e elevação de 17% na produtividade, devendo alcançar produção de 153,5 milhões de toneladas.

O Produto Interno Bruto do Agronegócio (PIB Agro) neste ano será negativo principalmente pela queda na produção de soja e redução de preço das commodities agrícolas. A CNA estima retração de 4,11% no PIB agro neste ano em comparação com o ano passado. O PIB será negativo principalmente pela quebra na safra de soja. O único setor dentro do agro que deve ter aumento de PIB é o de insumos. A safra 2021/2022 gerou prejuízo de mais de R$ 83 bilhões na Região Sul e em Mato Grosso do Sul com as quebras na produção de soja e milho. A estimativa de safra que era de 291 mil toneladas caiu para produção de 271 mil toneladas. O custo de produção também subiu expressivamente ao longo deste ano. O glifosato subiu mais de 100% de junho de 2021 a junho de 2022. A soja não subiu tanto, o boi também não acompanhou e o milho teve uma queda de 7%. O aumento dos preços não acompanhou a elevação do custo de produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.