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02/Dez/2022

Dólar fecha estável com menor inflação nos EUA

O dólar fechou perto da estabilidade frente ao Real nesta quinta-feira (1º/12), com a fraqueza internacional da divisa norte-americana, após dados terem mostrado arrefecimento da inflação nos Estados Unidos, dividindo atenções com receios domésticos sobre a PEC da Transição. A moeda norte-americana teve variação negativa de 0,03%, a R$ 5,19, renovando seu patamar de encerramento mais baixo desde o dia 9 de novembro (R$ 5,18), depois de já ter despencado quase 4% no acumulado dos três pregões anteriores. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subiu 0,28%, a R$ 5,22. Nesta quinta-feira (1º/12), foram divulgados dados de inflação norte-americanos que reforçaram a perspectiva de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais brando na conduta da política monetária. O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) subiu 0,3% em outubro, após avançar na mesma margem em setembro.

Nos 12 meses até outubro, o PCE subiu 6,0%, após avanço de 6,3% em setembro, uma desaceleração que pode justificar aumentos menores dos juros pelo Fed a partir da reunião de dezembro. O chair do Fed, Jerome Powell, já havia sinalizado na véspera que o banco central norte-americano pode reduzir o tamanho de seus ajustes nos juros já neste mês. O dólar se enfraqueceu globalmente na esteira dessa indicação, com seu índice frente a uma cesta de moedas fortes caindo 0,8% nesta quinta-feira (1º/12). Segundo a Trace Finance, quando Powell expressou que o ritmo dos aumentos na taxa de juros em dezembro já será reduzido, a fala levou o mundo inteiro a um apetite por risco. No entanto, mesmo tendo esse movimento externo, o cenário político interno tem sido mandatário. Um dos principais motivos de angústia na cena doméstica tem sido a PEC da Transição, já que, da forma que foi protocolada no Senado no início desta semana, abre uma exceção à regra do teto de gastos de quase R$ 200 bilhões por quatro anos, em grande parte para custear o Bolsa Família.

O que a PEC traz de insegurança fiscal com certeza faz com que haja um movimento muitas vezes inverso ao do mundo. Em novembro, a moeda norte-americana ganhou 0,67% frente ao Real, na contramão das perdas de mais de 5% do índice do dólar contra a cesta de pares fortes no mesmo período. Ainda assim, alguns investidores têm esperanças de que os quase R$ 200 bilhões em gastos extrateto previstos na PEC da Transição sejam moderados e seu período de duração, reduzido. A Nero Capital vê uma tendência de longo prazo de baixa do dólar, em meio à possibilidade de que a taxa Selic volte a subir, o que elevaria o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos e tornaria a moeda brasileira mais atraente para investidores estrangeiros. Os juros futuros dispararam em novembro em meio à percepção de risco fiscal elevado, com a curva de DIs chegando a precificar novos aumentos da Selic (atualmente em 13,75%) em 2023. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.