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02/Dez/2022

Brasil: PIB registra avanço no 3º trimestre de 2022

De acordo com os resultados das Contas Nacionais Trimestrais divulgados nesta quinta-feira (1º/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 3,6% no terceiro trimestre de 2022. O PIB do terceiro trimestre de 2022 totalizou R$ 2,5 trilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária caiu 0,9% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB da agropecuária mostrou alta de 3,2%. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria subiu 0,8% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB da indústria mostrou alta de 2,8%. O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços subiu 1,1% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB de serviços mostrou alta de 4,5%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 2,8% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, a FBCF mostrou alta de 5%. Segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) do terceiro trimestre de 2022 ficou em 19,6%. O consumo das famílias subiu 1% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o consumo das famílias mostrou alta de 4,6%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 1,3% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o consumo do governo mostrou alta de 1%. As exportações cresceram 3,6% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 5,8% no período de julho a setembro deste ano ante o imediatamente anterior.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, as importações mostraram alta de 10,6%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. O avanço de 0,4% registrado no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, ambos de 2022, fez o Produto Interno Bruto (PIB) do País ficar 4,5% acima do nível do quarto trimestre de 2019, no período pré-pandemia de Covid-19. As outras atividades de serviços, que incluem os serviços presenciais, avançaram 9,8% no terceiro trimestre deste ano ante o terceiro trimestre de 2021. O segmento de transporte e armazenagem cresceu 8,8%, enquanto informação e comunicação expandiram 6,9%.

As atividades financeiras cresceram 1,7% no terceiro trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2021, e as atividades imobiliárias avançaram 3,2%. O segmento de produção e distribuição de eletricidade, gás e água subiu 11,2%, e o comércio cresceu 2,0%. A indústria de transformação aumentou 1,7%, e a construção avançou 6,6%. A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social subiram 1,5%. As indústrias extrativas recuaram 2,6%. O PIB cresceu 3,6% no terceiro trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2021. No PIB Agropecuário, a alta de 3,2% no terceiro trimestre deste ano em relação ao terceiro trimestre do ano passado foi puxada por avanços na produção do milho, algodão, café, laranja e pecuária. Na direção oposta, houve contribuição negativa da cana-de-açúcar e da mandioca.

O aumento de 4,5% no PIB dos Serviços foi impulsionado pelos serviços presenciais, transportes e informação e comunicação. No PIB industrial, a única contribuição negativa foi das indústrias extrativas, puxadas por uma queda na extração de minério de ferro. A indústria de transformação foi impulsionada pelos setores de derivados de petróleo, automotivo, produtos químicos, celulose e alimentos, enquanto foram negativos os desempenhos da metalurgia, setor moveleiro, produtos de metal e produtos de madeira. A construção mantém a trajetória de crescimento, com mais contratações de mão de obra, enquanto o setor de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos foi beneficiado pela redução da energia termoelétrica, com aumento das chuvas e elevação de níveis de reservatórios. Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,6%.

Esse crescimento está relacionado aos resultados positivos do mercado de trabalho, em relação ao rendimento e à ocupação, aos auxílios governamentais, como o Auxílio Brasil, Auxílio Taxista e o Auxílio Caminhoneiro, às políticas de desoneração fiscal e a uma inflação mais recuada, mesmo que ainda esteja alta. No mesmo período, o Consumo do Governo cresceu 1,0%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) subiu 5,0%, influenciado pela expansão da construção, do desenvolvimento de softwares e da produção e importação de bens de capital. Para o IBGE, a perda de ritmo no crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre deste ano é explicada por um desempenho menos favorável da agropecuária e do comércio exterior, mas também pelos efeitos defasados e já esperados da política monetária, com aumento da taxa de juros para segurar a inflação no País.

A perda de ritmo tem a ver com essa questão da agropecuária, que não está em um ano muito favorável, e a questão do comércio exterior. A política monetária vai fazendo esses efeitos na economia também. Nos serviços, a única perda (-0,1%) ocorreu no comércio, devido à realocação do consumo das famílias dos bens para os serviços. Sob a ótica da demanda, o consumo também subiu a patamar recorde, tanto o das famílias, com avanço de 1,0%, quanto o do governo, com alta de 1,3%. O consumo das famílias vem estimulado por uma melhora no mercado de trabalho, pelos auxílios governamentais, por medidas de desoneração fiscal e pela inflação mais branda. O setor externo, porém, contribuiu negativamente para o PIB do terceiro trimestre, com as importações avançando mais que as exportações.

Segundo o Banco Alfa, o resultado de crescimento do PIB, de 0,4% no 3º trimestre de 2022, consolida o cenário de desaceleração da economia em linha com o que já demonstravam outros índices, como o de confiança da indústria e o de comércio e serviços. O cenário aponta para uma variação negativa de 0,5% do PIB no 4º trimestre, mas que pode ser revisada ainda mais para baixo no futuro. Além de mostrar que os estímulos concedidos pelo governo federal ao longo do ano já perderam efeito, a desaceleração da atividade econômica no País é reflexo também de setores que são mais suscetíveis à influência dos juros altos.

Esse cenário negativo parecia estar sendo disfarçado pela injeção de dinheiro do governo na economia, mas agora o efeito passou. A desaceleração externa também parece já ter efeito negativo no PIB brasileiro. A surpresa negativa foi com o setor do agronegócio, que registrou queda de 0,9% no trimestre. O crescimento registrado no trimestre encerrado em outubro abaixo das expectativas do mercado pode ser explicado pelas revisões feitas pelo IBGE nas séries dos trimestres anteriores. As revisões apontaram para um PIB maior em 2021, então, na verdade, a base da qual a economia saiu no início do trimestre era maior do que a que foi levada em conta nas projeções. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.