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30/Nov/2022

Dólar fecha em baixa pela segunda sessão seguida

O dólar teve forte queda pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira (29/11), indo abaixo de R$ 5,30, no que agentes do mercado atribuíram a um ajuste à recente fraqueza internacional da moeda norte-americana e a esperanças de que a PEC da Transição seja desidratada durante tramitação no Congresso. A moeda norte-americana fechou em queda de 1,42%, a R$ 5,28, o menor patamar para encerramento desde o dia 9 de novembro (R$ 5,18). No acumulado dos últimos dois pregões, o dólar perdeu 2,21%. O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes perdeu mais de 4% no acumulado de novembro, enquanto, no mesmo período, a moeda norte-americana avançou 2,38% frente ao Real. O dólar tem sido pressionado no exterior por expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) moderará o ritmo de suas altas de juros e, mais recentemente, pela possibilidade de redução de restrições da Covid-19 na China.

O principal fator que tem impedido o Real de se beneficiar da fraqueza internacional do dólar em novembro é o risco fiscal doméstico, em meio a planos do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva de viabilizar amplos gastos extrateto a partir do ano que vem por meio da PEC da Transição. Segundo o Banco Original, o dólar é muito pautado pelas percepções de risco fiscal. Em momentos em que a leitura do mercado é de que as contas no ano que vem podem ser muito mais deficitárias, há naturalmente uma pressão negativa sobre os ativos domésticos, incluindo o dólar. Um pouco do alívio observado nos últimos dois dias deve-se à expectativa de que a PEC da Transição pode ser desidratada no Congresso, com menor impacto fiscal final. Para a Clear Corretora, o mercado está em busca de alguma previsibilidade para tomar risco e qualquer sinal positivo no sentido do equilíbrio fiscal deve repercutir em prol dos ativos de risco, com expectativas de moderação do texto da PEC.

A PEC da Transição, da forma que foi protocolada no Senado na segunda-feira (28/11), abre uma exceção à regra do teto de gastos de R$ 175 bilhões por quatro anos para custear o Bolsa Família. A PEC prevê ainda que 6,5% do excesso de arrecadação do governo possa ser aplicado em investimentos públicos sem contabilização na norma fiscal a partir do ano que vem. Em 2023, esse montante seria de 23 bilhões de reais, levando o gasto extrateto para quase R$ 200 bilhões. Enquanto isso, investidores continuavam à espera de definições sobre qual será a equipe econômica definitiva de Lula, em meio a especulações de que o ex-prefeito Fernando Haddad será seu indicado para comandar o Ministério da Fazenda. Aos olhos de investidores, Haddad não tem um perfil muito técnico e provavelmente será inclinado a flexibilizações das regras fiscais do País caso assuma a pasta. Para o Banco Original, o mercado vai ter que tentar inferir, a depender do nome, o que pode ser a postura fiscal desse novo ministro para os próximos quatro anos, para tentar reduzir incertezas e fazer cálculos mais concretos. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.