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28/Nov/2022

Brasil atrairá investimentos para proteção ambiental

O principal apoio dos países desenvolvidos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será viabilizado por medidas de combate ao aquecimento global, com o foco especial para a preservação da Amazônia. Políticas de Estado para proteger o meio ambiente, como o desflorestamento zero, e ações transversais envolvendo vários ministérios na transição do Brasil para uma economia de baixo carbono deverão atrair muitos investimentos estrangeiros ao País. Destaque para duas frentes nesta área: projetos de desenvolvimento financiados pela emissão de títulos verdes, sustentáveis e sociais (GSS) e a expansão dos mercados de créditos de carbono, sobretudo por empresas privadas. Para acadêmicos internacionais, é muito provável que líderes da Europa, especialmente os da França, Emmanuel Macron, e da Alemanha, Olaf Scholz, defendam que o acordo comercial entre a Europa e o Mercosul se torne finalmente um fato.

Para que isso ocorra, o Brasil precisará apresentar os primeiros resultados de redução de desmatamentos, diminuir a poluição causada pelo mau uso do solo e adotar novas regulações ambientais. Mas, tais ações serão bem viáveis no governo Lula, pois o futuro presidente está muito comprometido com estas causas muito importantes ao planeta, segundo o Bruegel (think tank especializado em economia estabelecido em Bruxelas). Segundo a London School of Economics, há grande interesse também das principais nações da Europa, junto com os Estados Unidos e o Reino Unido, de incentivar as importações de mercadorias do Brasil que foram produzidas em áreas onde não existem desmatamentos.

Os governos destas economias avançadas deverão adotar políticas que facilitarão as compras de produtos do País que atendam estas condições, especialmente se a administração Lula mostrar na prática que é totalmente possível a nação preservar a Amazônia e ao mesmo tempo continuar como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. E uma boa política ecológica da próxima administração Lula deve alavancar no País investimentos internacionais, que estão congelados devido à insegurança institucional e jurídica provocada pela gestão de Jair Bolsonaro com o aumento substancial do desmatamento pelo território nacional.

Um outro fator bem negativo que afugentou fundos e bancos de aplicar capitais no Brasil desde 2019 foi a alta de casos de violência contra índios registrada nos últimos anos, propiciada em boa medida pelo frágil combate federal aos garimpos ilegais e aos traficantes de madeira da Amazônia. Devido à disputa ao governo dos Estados Unidos em 2024, o governo de Joe Biden, do Partido Democrata, será cauteloso para dar um apoio explícito à administração Lula, especialmente para firmar acordos comerciais com a América do Sul. O tema poderia ser explorado politicamente por republicanos sob o argumento de que poderiam prejudicar os empregos de operários nos Estados Unidos.

Por outro lado, segundo a University of Maryland, a administração Biden está sensível a medidas fiscais e de ordem monetária que poderiam gerar fortes saídas de capitais dos países da região e provocar desequilíbrios em suas economias, como um enfraquecimento muito acentuado da taxa de câmbio, com consequências para a alta da inflação e redução do PIB. Além disso, há também uma boa perspectiva de que o Tesouro dos Estados Unidos aumente a pressão sobre o Banco Mundial para que amplie bem mais a concessão de financiamentos para projetos de infraestrutura verde, o que poderia beneficiar muitos mercados emergentes favoráveis ao combate a mudanças climáticas, com o destaque para o novo governo do Brasil em 2023.

Um outro elemento que as economias avançadas poderão colaborar com o governo de Lula será uma atuação mais firme delas para uma reformulação da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para a London School of Economics, os países ricos estão flexíveis a alterar o arcabouço de normas da OMC. Lula aponta que suas regras são antigas e atendem bem mais os interesses das nações mais ricas do que os pleitos dos países em desenvolvimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.