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23/Nov/2022

Transição: governo foca no agronegócio sustentável

A diretriz do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o seu governo valorize o agronegócio sustentável não deverá implicar mudanças drásticas na atuação do Ministério da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PL). A linha central da equipe escalada pelo novo governo para a área na transição é a de “não ruptura”. Os oito nomes do grupo que trabalha a transição no setor agropecuarista foram anunciados na semana passada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Eles estão dedicados ao que chamam de “fase de diagnóstico”. O engenheiro florestal da Universidade de Brasília (UNB), produtor rural e ex-deputado distrital Joe Valle (PDT), afirmou que a linha é a da não ruptura. O compromisso é tirar a sustentabilidade da lateralidade. O agro cresce quando trabalha junto às questões ambientais. A preocupação ambiental no agronegócio brasileiro ganhou destaque nas mensagens que Lula enviou à comunidade internacional.

Em discurso na COP-27, a conferência internacional do clima da Organização das Nações Unidos (ONU), o presidente eleito defendeu a Amazônia protegida como fundamental à “segurança climática” e prometeu punição rigorosa aos responsáveis por ações ilegais na floresta. A produção agrícola sem equilíbrio ambiental deve ser considerada uma ação do passado. Não preciso desmatar nem sequer um metro de floresta para que o Brasil continue a ser um dos maiores produtores de alimento do mundo, disse Lula na ocasião. Os mais cotados para assumir o Ministério da Agricultura são o deputado Neri Geller (PP-MT) e o senador Carlos Fávaro (PSD-MT). Ambos atuaram na campanha eleitoral para reduzir a resistência a Lula entre ruralistas. O setor abraçou a proposta de reeleição de Bolsonaro e foi importante no financiamento da campanha do atual presidente.

Também foram consultados para a redação de um trecho da “Carta para o Brasil do Amanhã”, divulgada pela campanha petista durante o segundo turno da campanha. Integrantes do comitê do agronegócio já traçaram planos para quebrar resistências a Lula no setor ruralista e defendem pontos como: ampliação de mercados para a produção nacional, bom relacionamento com a China, foco na segurança no campo e suspensão de acenos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Além de Valle, Fávaro e Geller, integram o grupo na equipe de transição: Katia Abreu, senadora pelo PP do TO, empresária, pecuarista e ex-ministra de Dilma Rousseff; Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica); Tatiana Deane de Abreu Sá, doutora em Biologia Vegetal; Luiz Carlos Guedes, ex- residente da Associação Brasileira de Reforma Agrária; e Silvio Crestana, presidente da Embrapa no governo Lula. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.