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17/Nov/2022

Brasil: preservação ambiental atrai investimentos

Florestas preservadas podem representar bilhões de dólares e euros aplicados no País, a cada ano, e o resultado da eleição presidencial é um sinal positivo para os investidores. Representantes de fundos noruegueses já expressaram otimismo quanto à política ambiental do futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Dirigentes de um fundo responsável pela gestão de mais de 400 bilhões de euros estudam suspender restrições à compra de títulos do governo brasileiro. Representante de outro grupo mencionou os danos à imagem do Brasil, durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, e citou o mandato anterior do presidente eleito como um fator de credibilidade. A presença do presidente Lula na COP-27 pode reforçar essa avaliação. O Brasil pode proporcionar excelentes negócios a investidores de todo o mundo, mas os mercados mais desenvolvidos impõem responsabilidades ambientais e sociais a empresas de todos os setores. É essencial o respeito a certos valores.

Grupos brasileiros, incluídos alguns dos maiores da área financeira, já incluíram a preservação ecológica em suas normas de operação. Normas desse tipo já balizam há vários anos a atuação de grupos baseados no mundo rico. A importância do investimento externo ultrapassa os benefícios diretos para este ou aquele setor ou para a aceleração do crescimento. Além desses ganhos, de enorme relevância para o Brasil, o ingresso regular de moedas fortes proporciona tranquilidade cambial, previsibilidade e redução dos custos financeiros. Quando recursos estrangeiros facilitam, por exemplo, o financiamento do Tesouro, o governo tem mais espaço para operar e cumprir suas tarefas. Mas certas condições são indispensáveis para a atração regular do capital de fora. Quando improvisação e voluntarismo afetam as decisões do Executivo, como afetaram muitas vezes nos últimos anos, perde-se previsibilidade e prejudica-se o fluxo regular de capitais. O câmbio torna-se instável e os juros são pressionados para cima.

Dólar sobrevalorizado contamina preços internos e consumidores pagam pela insegurança. Conter a inflação em ambiente de incerteza fiscal e de instabilidade cambial foi um duro desafio para os condutores da política monetária. Durante a maior parte do mandato do presidente Jair Bolsonaro, a tolerância à devastação ambiental assustou investidores externos, afetou o ingresso de recursos e pôs em risco, seguidamente, exportações do agronegócio, principal fonte de receita comercial. Foi muito trabalhoso, nesse período, preservar importantes mercados da agropecuária e defender a imagem da atividade rural brasileira. Aos desmandos ambientais ainda se acrescentaram problemas diplomáticos ocasionados por atitudes e palavras do presidente Bolsonaro, de seus filhos e de alguns de seus auxiliares mais próximos. Não só pelo resgate da política ambientalista, mas também por outros fatores de relevância diplomática, a mudança de governo poderá marcar um reingresso do Brasil no cenário mundial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.