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17/Nov/2022

Meio Ambiente: aliança por preservação de florestas

É possível criar uma associação de países que possuem florestas, para lutar por sua preservação e ter acesso aos vultosos recursos internacionais disponíveis para a finalidade? Uma primeira resposta a esta pergunta foi anunciada na primeira semana da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP-27. A segunda é aguardada para esta semana. A primeira resposta atende pela sigla FCLP, Forest and Climate Leaders Partnership. Trata-se de um consórcio de 25 países que congregam, juntos, 35% das florestas do planeta, liderados por Estados Unidos e Gana. Na COP-26, em Glasgow, líderes mundiais se comprometeram a zerar o desmatamento até 2030 e a FCLP é uma decorrência disso. A FCLP é um passo importante, e é fundamental para manter vivo o objetivo de limitar a elevação de temperatura em 1,5 °C.

Os 25 países da FCLP poderão acessar os fundos de US$ 12 bilhões que foram destinados à preservação de florestas ainda na COP-26. De lá para cá apareceu mais dinheiro na mesa. A Alemanha decidiu engordar o bolo com mais US$ 2 bilhões, e uma vaquinha entre grandes empresas mundiais arrecadou mais US$ 3,6 bilhões. A FCLP, no entanto, conta com uma limitação. Nenhum dos três países com maior cobertura de floresta tropical, pela ordem, Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia, faz parte da associação. Entre os três, apenas a Indonésia, até agora, mostrou algum interesse em aderir. Há, assim, grande expectativa na COP-27 em relação ao segundo anúncio, prometido para esta semana: uma federação reunindo justamente Brasil, República do Congo e Indonésia. A ideia era que a "Opep das florestas", como vem sendo apelidada no Egito, seja lançada simultaneamente na COP-27 e na conferência do G-20.

Na gestão de Jair Bolsonaro, o Brasil se tornou líder mundial de desmatamento. Os outros integrantes da "Opep das florestas", no entanto, não apresentam histórico muito melhor. O Congo é o segundo colocado no ranking funesto, enquanto a Indonésia chega em quarto lugar. A terceira colocada é a Bolívia. Uma questão que surge é quem ficaria à frente da "Opep das florestas". Mas, segundo o Instituto Talanoa, o Brasil seria o candidato natural por ter em seu território 60% da maior mata tropical do mundo. Isso não qualifica o Brasil automaticamente à liderança. Há expectativa da comunidade internacional de que o governo Lula retome a prioridade da pauta ambiental. Os países que quiserem liderar na área ambiental têm de fazê-lo pelo exemplo, e o Brasil tem uma longa lição de casa pela frente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.