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10/Nov/2022

China não vai boicotar produtos agrícolas do Brasil

A Dakang Brazil, que controla as empresas Fiagril, Belagrícola e Fex Agro, considera muito difícil haver boicote ambiental por parte do governo chinês em relação a commodities. Essa possibilidade de boicote tem de ficar com os consumidores, tanto os finais quanto empresas e restaurantes, que são empresas que precisam ter responsabilidade sobre isso com seu consumidor. Acho muito difícil um boicote em soja, por exemplo, passando pelo governo e pela cadeia de valor. Não há preocupação com eventual possibilidade de a China aplicar legislações restritivas sobre os produtos agrícolas brasileiros importados, como a que está sendo discutida pela União Europeia. Até agora, a China tem sido muito mais reativa no meio ambiente do que proativa em meio ambiente. A China tem problema grande com poluição, que precisa enfrentar. Houve falta de agroquímicos no Brasil por causa do fechamento de plantas industriais na China (por causa da poluição).

A Vallya Agro disse ver espaço para diálogo entre Brasil e China tanto na colaboração de metodologias de verificação de produtos de baixo carbono e na agricultura de baixo carbono quanto sobre realidade ambiental do País. Mas, não há esse espaço mais com a Europa. Há espaço com a China, mas não diálogo intenso. O Brasil não está aproveitando esse espaço adequadamente. Conversar exaustivamente com a China sobe isso deveria estar no planto estratégico da relação Brasil-China. A Vallya Agro descartou o risco de os chineses carimbarem produtos brasileiros como "não compráveis" por problemas ambientais, mas citou outras medidas que possam ser adotadas neste sentido pelo país asiático. Se o Brasil não for proativo, pode ser surpreendido com alguma norma chinesa. Não se pode ignorar o fato de que alguma medida possa acontecer, ainda que a segurança alimentar seja prioridade absoluta na China.

A segurança e soberania alimentares seguirão sendo estratégicas para a China. Mas, a China pode aderir à pressão internacional nas questões ambientais. A adesão da China ao debate do clima está atrelada à segurança alimentar. A China sabe que precisa combater questões de meio ambiente para isso. Por outro lado, a reputação internacional positiva também é fundamental para os chineses. A China pode aderir à pressão dos europeus porque olham para a Europa como exemplo de políticas públicas e regulatórias e porque são cobrados por serem os maiores compradores de produtos agrícolas do Brasil. A posição da China no meio ambiente pode ser classificada como "complexa". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.