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10/Nov/2022

China: planos quinquenais sinalizam ao mercado

Segundo a Vallya Agro, a China tem um perfil de planejamento de longo prazo, com os planos quinquenais, e o agronegócio brasileiro deve lê-los. É importante conhecer esses planos quinquenais porque é a partir deles que o país indica como se movimentará. O mais recente plano quinquenal foi divulgado em 2021, com reforço para questões ambientais. Ou seja, o Brasil não pode ignorar essa informação importante e depois dizer que não foi avisado. Em relação ao planejamento chinês, no caso dos suínos, o país antecipou que iria recuperar seus plantéis até 2021-2022, após eles terem sido dizimados por causa da crise sanitária da peste suína africana (PSA), que a partir de 2018 reduziu para praticamente a metade o plantel de suínos chinês. A recuperação do plantel foi bastante comunicada ao longo de todo esse período. De criações de fundo de quintal, a China passou a construir granjas industriais, com rígidas regras sanitárias.

Então, de um lado se tem uma visão de planejamento estratégico que pode beneficiar o agronegócio brasileiro e uma escala muito grande de uma população que está urbanizada e que tem uma renda extra. Ao mesmo tempo, tem o Sudeste Asiático e o Sul da Ásia, onde o desenvolvimento econômico também está em andamento e puxando o consumo, embora eles não sejam tão previsíveis em planejamento. O Brasil tem competência em exportar carne de frango e frutas para esses mercados. De todo modo, a China tem adquirido produtos de maior valor agregado. Dados de 2019 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) demonstraram que os chineses consumiram, naquele ano, mais produtos de maior valor agregado do que produtos básicos. Isso significa um início de mudança de uma tendência de consumo que também nos é muito favorável, desde que a gente saiba aproveitar. Por isso, é essencial o Brasil diversificar a pauta com a China e exportar produtos de maior valor agregado.

Sob esse aspecto, cabe um avanço importante na comercialização de carnes do Brasil, a carne bovina, por exemplo. A China sabe que não poderá ser autossuficiente na produção de carne bovina e terá de importar, inevitavelmente. Hoje, a China já é o segundo maior mercado consumidor de carne bovina do mundo. Mas em termos de consumo per capita estão 1 quilo abaixo da média mundial, que é de 8 quilos por habitante/ano. Se a China passar a consumir esse 1 quilo a mais, o Brasil, sozinho, não dará conta de exportar tudo o país vai precisar. Assim, apesar da determinação chinesa, de atingir a autossuficiência, ainda existe espaço para exportação de proteína animal de alto valor agregado. No caso de lácteos, por exemplo, há um largo espaço para o Brasil, pois a China admite importar 30% do que consome, pois só tem condições de produzir 70% de suas necessidades. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.