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09/Nov/2022

Dólar recua com ajustes e em linha com o exterior

A instabilidade deu o tom aos negócios no mercado doméstico de câmbio na sessão desta terça-feira (08/11). Com troca de sinais e oscilação de mais de R$ 0,11 entre a máxima (R$ 5,24) e a mínima (R$ 5,13), o dólar encerrou o pregão cotado a R$ 5,14, em queda de 0,56%, alinhado ao sinal predominante de baixa da moeda norte-americana em relação a divisas fortes e emergentes. As cotações foram influenciadas tanto pela oscilação do apetite ao risco no exterior quanto pelas notícias relacionadas à transição do governo, em especial os rumores sobre os gastos que podem ser incluídos na chamada PEC da Transição. Operadores afirmam que, após a disparada do dólar na segunda-feira (07/11), de 2,19%, havia espaço para realização de lucros e ajustes para aparar excessos, a despeito das incertezas no front doméstico.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou nomes da equipe de transição, que terá como coordenador técnico o ex-ministro Aloizio Mercadante. Como ventilado, os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida, “pais” do Plano Real, vão integrar o grupo da economia, que terá também Guilherme Mello (que assessorou Lula na campanha) e o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa (governo Dilma Rousseff), de visão mais heterodoxa. Alckmin informou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que não conta com a simpatia dos investidores, também participará da transição de governo, provavelmente em outros conselhos. O Banco Ourinvest afirma que, apesar da queda do dólar nesta terça-feira (08/11), o ambiente ainda é de muita cautela.

Alckmin anunciou participantes da equipe de transição, mas ainda não há nomes para os ministérios nem uma definição sobre como será a condução da política fiscal daqui para frente. Ainda há muito ruído em torno da chamada PEC da Transição. Alckmin disse que há várias possibilidades para assegurar recursos para promessas de campanha de Lula, como o Auxílio Brasil de R$ 600,00 (com acréscimo de R$ 150,00 para famílias com crianças menores de seis anos) e o aumento real do salário-mínimo. A definição se vai ser PEC ou não (valor e formato) será tomada nos próximos dias. Podem ser outros caminhos. O TCU tem outra hipótese, de crédito extraordinário. Há o Judiciário. Enfim, outras alternativas. Aliados de Lula no Congresso teriam sido avisados de que o petista decidiu bancar a PEC da Transição.

Nas mesas de operação, há temores de que o governo eleito infle demais os gastos que serão incluídos na emenda constitucional. Estão na mesa duas alternativas para a configuração final da PEC de Transição, apelidadas de "PEC transparente" e "PEC prática", ambas abrindo espaço para despesas extrateto de cerca de R$ 175 bilhões. A "PEC transparente" traria detalhes do caminho do dinheiro, ao passo que a "PEC prática" carimbaria apenas os recursos para o Auxílio Brasil. Segundo a Treviso Corretora, existe o temor de que a PEC seja uma licença para Lula romper o teto dos gastos como bem entender, até acabando, na prática, com a regra do teto. A volatilidade deve continuar a dar o tom aos negócios no mercado de câmbio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.